sábado, 22 de janeiro de 2011

NO GOVERNO DILMA CAI O SECRETÁRIO NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Antes de um mês de sua posse, a presidenta Dilma Rousseff dispensou, através do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a Pedro Abramovay, Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas.

Em uma polêmica entrevista ao jornal O Globo, Abramovay fez uma declaração muito infeliz ao defender que fossem soltos das prisões os "pequenos traficantes de drogas", ou seja, os que foram condenados pelas vendas no varejo, geralmente para satisfazer o próprio vício.

Para defender sua tese ele argumentou: primeiro, que as cadeias brasileiras estão superlotadas o que dá lugar a muitos motins dos presos que costumam acabar em derramamento de sangue entre os bandos rivais.

Com a saída dos pequenos traficantes as cadeias ficariam aliviadas. A segunda, é que para estes pequenos traficantes, muitos deles sem antecedentes criminais, é mais fácil que se convertam em grandes traficantes se permanecem nas cadeias.

Suas declarações não foram aceitas pelo novo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Partido dos Trabalhadores, que em seguida afirmou que se tratava de uma opinião pessoal de Abramovay e não do Governo, que anunciou hoje que ele deixou o cargo.

O jornal O Globo também fez uma pesquisa entre os seus leitores e 75% deles são contra este posicionamento do ex-secretário e somente 25% se mostrou a favor.

A presidenta, segundo sua promessa de campanha eleitoral, tem como uma de suas prioridades o combate não somente às drogas em geral mas sim e especialmente ao crack, que afeta a mais de 600.000 jovens no país e cuja recuperação é um grande desafio para o Ministério da Saúde.

De qualquer maneira, Dilma Rousseff terá que enfrentar a dramática situação dos presídios brasileiros que possuem mais de 330.000 presos e um déficit de mais de 70.000 vagas. Segundo especialistas é necessária a construção de mais de cem novos presídios.

Nos presídios, a grande maioria é de jovens e destes 90% são negros ou pardos. A maioria é de famílias pobres.

Fonte: El País

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