quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MOÇAMBIQUE GASTA ANUALMENTE US$ MILHÕES COM A AIDS E O HIV

O Estado moçambicano gasta anualmente cerca de 800 milhões de dólares norte-americanos em despesas relativas ao HIV/Sida, disse o ministro da saúde, Alexandre Manguele, durante o I Fórum Anual de Reflexão Social, evento que teve lugar ontem na capital do país, sob o tema “Impacto Econômico do HIV/SIDA em Moçambique”.

Assim, a doença consta como obstáculo de grande dimensão na prossecução dos planos de desenvolvimento econômico e social do país, um dos objetivos fundamentais do Governo.

O volume dos gastos com a AIDS, segundo o ministro, representa cerca de 25% da ajuda financeira que o país recebe do exterior. São recursos que contribuíram significativamente para avançar com diversos projetos de desenvolvimento.

O avanço da doença tem exigido do executivo cada vez mais recursos, que “roubam” uma proporção crescente de fundos financeiros, o que retarda a execução de projetos de desenvolvimento econômico. O executivo gasta 35 milhões de dólares anuais em campanhas de conscientização e precisaria de 78 milhões só para garantir a cobertura das campanhas de prevenção.

Ainda durante o encontro, organizado pelo Grupo Soico, através do programa Moçambique em Acção, em parceria com o Gabinete da Primeira-Dama e a embaixada dos Estados Unidos, a embaixadora norte-americana, Leslie Rowe, referiu que as empresas de países com elevados índices de soropositivos, incluindo Moçambique, gastam entre 6 e 10% dos lucros em despesas relativas ao HIV/AIDS.

Na mesma ocasião, Leslie Rowe reiterou a disponibilidade do seu país em continuar a apoiar Moçambique a combater o flagelo, que afeta 11% dos pouco mais de 20 milhões de moçambicanos, sendo 15,9% dos infectados no meio urbano e 9,2% no rural. “O presidente Obama afirmou, claramente, que os Estados Unidos continuarão a ser parceiros de Moçambique no combate ao HIV/AIDS”, disse.

Setores dos transportes, das obras, e todos cuja natureza exige movimentação dos trabalhadores de um lugar para outro, são os mais afetados pela pandemia.

Intensificar campanhas de prevenção

Em linhas gerais, os painelistas do fórum descreveram como assustadoras as consequências do Sida. Por exemplo, o economista e docente universitário, Constantino Marrengula, abordou, entre outros aspectos, o aumento do número de órfãos devido à doença como um fator que aumenta a população desqualificada, o que tem consequências negativas para as empresas e para a economia. O administrador-delegado da Ceta, Romeu Rodrigues, lembrou a perda de quadros importantes nas empresas.

O apelo que fica é de que todos temos que ser ativistas na luta contra o Sida, sobretudo a comunicação social; as empresas têm que dar ao problema a mesma prioridade que dão aos programas de produção.

Patrona do evento saúda iniciativa de abordagem na vertente econômica

A primeira-dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, patrona do evento, saudou a iniciativa do Grupo Soico, de abordar na vertente econômica um tema que é habitualmente abordado sob ponto de vista social.

Fonte: O País Online

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