sexta-feira, 11 de março de 2011

PREÇO DO PETRÓLEO PRESSIONA ECONOMIA DOS PAÍSES RICOS

As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram em fevereiro, com a escalada dos preços de energia aumentando as receitas de postos de gasolina. Os consumidores, porém, também gastaram em uma série de produtos, sinalizando resistência diante da alta dos combustíveis. O total de vendas subiu 1%, informou o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira. É a maior alta desde outubro e o oitavo mês de avanços.

O crescimento das vendas em janeiro foi revisado de 0,3 para 0,7%. Economistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters previam uma alta de 1%. Ante fevereiro de 2010, as vendas aumentaram 8,9%.

Grã-Bretanha

O preço dos derivados do petróleo também puxaram a inflação no atacado da Grã-Bretanha à maior taxa anual em mais de dois anos em fevereiro. Os preços dos alimentos também contribuíram para a elevação dos índices inflacionários, segundo dados divulgados nesta sexta-feira. Os números ficaram de acordo com as expectativas, mas ainda preocuparão o Banco da Inglaterra, uma vez que a inflação ao consumidor já é o dobro da meta de 2%.

A agência de estatísticas britânica informou que os preços no atacado subiram 0,5% sobre o mês anterior, para uma alta anual de 5,3% — o maior nível desde outubro de 2008. Em janeiro, a inflação anual foi de 5%. Os preços de insumos subiram 14,6% na comparação anual, também a maior taxa desde outubro de 2008, sugerindo que as pressões inflacionárias continuam aumentando no atacado.

A alta de 33,5% nos preços do petróleo deu a maior contribuição à elevação da base de custo das manufatureiras. Alimentos, metais importados e produtos químicos também exerceram pressão de alta. No mês, o petróleo contribuiu com mais de três quartos da alta total dos preços de insumos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) já havia percebido o aumento na pressão do petróleo sobre a inflação, ao redor do mundo, e elevou a produção da commodity a 30,02 milhões de barris por dia em fevereiro, alta de 110 mil barris. É o maior nível desde dezembro de 2008, quando o grupo anunciou um corte recorde na produção. A Opep, no entanto, manteve a avaliação de que o mundo tem petróleo suficiente apesar da redução da oferta na Líbia e da alta a mais de US$ 100 por barril.

Pacto europeu

Ainda nesta sexta-feira, os líderes da zona do euro tentavam assinar um “pacto de competitividade” em uma reunião de cúpula. A região também vai pressionar Portugal a anunciar novas reformar para aumentar a confiança do mercado diante da crise de dívida. A Alemanha procurou reduzir as expectativas sobre o resultado da reunião, dizendo que o melhor que pode ser esperado é um acordo sobre competitividade. Maiores decisões para enfrentar a crise – como um eventual reforço do fundo de socorro financeiro da zona do euro – serão discutidas em outra reunião de cúpula este mês.

A meta da Alemanha é fazer os 17 países da zona do euro transformarem regras da União Europeia sobre déficits e dívidas em legislação nacional, o que efetivamente tornaria ilegal o descumprimento de limites de endividamento no futuro. O Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE define um limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o déficit e de 60% para a dívida.

“Os países da zona do euro se comprometem a traduzir as regras fiscais da UE conforme estabelecido no Pacto de Estabilidade e Crescimento em legislação nacional”, afirma o rascunho do acordo. Os líderes da zona do euro devem assinar o texto nesta sexta-feira.

Se a Alemanha e a França conseguirem a assinatura dos outros países da zona do euro para o acordo de competitividade, o que também inclui medidas para elevar gradualmente a idade de aposentadoria e para construir uma estrutura tributária em comum para as empresas, espera-se que a Alemanha dê apoio a um fundo mais robusto de socorro financeiro.

Fonte: Correio do Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário