sexta-feira, 29 de abril de 2011

GRUPO OI AMARGA PREJUÍZO DE R$ 395 MILHÕES

O grupo de telecomunicações Oi encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido que reverteu resultado positivo de um ano antes, impactada por efeitos não recorrentes e por queda na receita, em meio à contínua redução de sua base de telefonia fixa. A companhia teve um prejuízo líquido de R$ 395 milhões, pressionada por R$ 600 milhões em eventos não recorrentes que afetaram o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês) e as despesas financeiras líquidas.

Um ano antes, a empresa, que passou a contar com a Portugal Telecom como sócia estratégica este ano, teve lucro líquido de R$ 518 milhões. Em teleconferência com jornalistas nesta manhã, o diretor de finanças, Alex Zornig, disse que não fossem os efeitos não recorrentes "o resultado seria positivo em R$ 300 milhões". A empresa, que atua nos segmentos de em telefonia fixa e móvel, banda larga e TV paga, registrou receita líquida de janeiro a março de R$ 6,933 bilhões, 7,1% abaixo do apurado um ano antes.

Às 11h23, as ações da Oi exibiam queda de 1,99%, enquanto o Ibovespa, principal índice das ações brasileiras, mostrava alta de 0,27%.

A Oi fechou o trimestre com uma base de 41,472 milhões de clientes de telefonia móvel ante 36,613 milhões no mesmo período de 2010. Enquanto isso, os usuários de serviços banda larga fixa da empresa passaram de 4,266 milhões para 4,513 milhões e o número de linhas fixas em serviço recuou 6,3%, de 21,085 milhões para 19,747 milhões.

Questionado sobre a contínua fraqueza na telefonia fixa, Zornig lembrou que o fenômeno é comum em outras operadoras de linhas fixas pelo mundo, mas afirmou que o foco da empresa nos próximos trimestres é recuperar essa área. "Ainda não deu tempo para a receita da móvel e da banda larga compensar a queda na receita da fixa... Desafio da Oi é fazer com que a fixa pare de cair e as pessoas continuem usando o telefone fixo, esse é o mote da Oi nos próximos trimestres", disse o executivo. "A móvel já está crescendo, a banda larga está tendo retorno e o ponto agora é como evitar que a fixa se deteriore ainda mais", acrescentou.

Segundo o executivo, a revitalização da telefonia fixa passará por serviços de televisão por redes IP (IPTV), aproveitando a experiência da Portugal Telecom, que promoveu uma grande expansão desse tipo de serviço em seu país-sede. "A diferença é que Portugal é um pouco menor que o Brasil e eu não tenho recursos suficientes para investir nisso no Brasil inteiro", comentou Zornig. "A IPTV... na hora que a parte regulatória esteja clara no Brasil, estaremos preparados para lançar no País e é óbvio que a parceria com a Portugal Telecom nos ajuda."

O plano para recuperar a operação de telefonia fixa pode resultar em uma queda na geração de caixa medida pelo Ebitda em 2011, disse Zornig, mas essa queda, se ocorrer, seria recuperada em 2012 ou 2013, comentou o executivo em teleconferência com analistas.

A Oi apurou uma geração Ebitda de R$ 1,985 bilhão, com margem de 28,6%. Um ano antes, o Ebitda tinha sido de R$ 2,537 bilhões e a margem de 34%. A receita média por usuário (arpu) de celulares da empresa somou R$ 20,7 no trimestre ante R$ 21,8 um ano antes. Já o arpu dos usuários de banda larga fixa foi de R$ 40,6 contra R$ 42,1 no primeiro trimestre de 2010.

Simplificação

No final de março, a Oi apresentava uma dívida líquida de R$ 14,39 bilhões de, 32,3% abaixo de um ano antes, com uma relação dívida/Ebitda de 1,5 vezes ante 2,2 vezes no primeiro trimestre de 2010.

Com um caixa de R$ 14,014 bilhões, salto anual de 62%, Zornig comentou que não é intenção da Oi aumentar o endividamento da empresa depois que a dívida foi alongada e barateada em 2010. Segundo ele, a Oi abateu recentemente dívida de R$ 2,5 bilhões, antecipando um vencimento de 2014 que tinha um custo mais caro.

O executivo voltou a afirmar que a empresa precisa simplificar sua estrutura societária. Atualmente, o grupo tem sete classes de ações e uma reorganização poderia valorizar os papeis remanescentes, algo que poderia ser aproveitado para uma eventual internacionalização da empresa com uma menor utilização de alavancagem. Porém, ele afirmou que a companhia ainda não tem um plano específico sobre quando a simplificação vai ocorrer ou de que forma será feita.

Fonte: Terra

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