sexta-feira, 10 de junho de 2011

CINZAS DO VULCÃO CHILENO CANCELAM 94% DOS VOOS NO RIO GRANDE DO SUL

A aproximação das cinzas do vulcão chileno Puyehue provocou o cancelamento de 94,4% dos voos no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), nesta sexta-feira. Apenas um dos 15 voos que deveriam deixar o aeroporto entre 0h e 7h desta sexta-feira não foi cancelado. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), todas as três chegadas programadas haviam sido canceladas.

De acordo com a Infraero, os cancelamentos são uma medida de segurança adotada por algumas empresas aéreas, devido aos riscos de que as cinzas - que ontem foram vistas a até 7,5 km de altitude no município de Bagé, no sul do Estado - prejudiquem o funcionamento das turbinas das aeronaves. Ontem, as duas maiores companhias brasileiras do setor, TAM e Gol, anunciaram a suspensão temporária das operações no estado.

O único avião que deixou o Salgado Filho nesta sexta-feira foi de um voo da companhia Trip até Campo Grande (MS). A empresa continua operando normalmente no Rio Grande do Sul.

Em nota divulgada na quinta-feira, a Gol disse que suspendeu os voos nos aeroportos de Porto Alegre e Caxias do Sul, a partir das 18h30 e 19h de ontem, respectivamente. A empresa também afirmou que, para preservar a segurança de seus clientes e colaboradores, suspenderia temporariamente as operações nos aeroportos de Florianópolis, Chapecó e Navegantes, em Santa Catarina, a partir das 4h desta sexta-feira.

Conforme nota divulgada, a Gol tomou a decisão "para preservar a segurança de seus clientes e colaboradores. A decisão baseia-se em prognósticos que apontam o avanço das cinzas do vulcão chileno Puyehue sobre o espaço aéreo do Estado. As operações da Gol nos aeroportos internacionais Ministro Pistarini e Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, e na cidade de Montevidéu estão interrompidas pelo mesmo motivo".

Os clientes com passagens marcadas estão sendo contatados, segundo a Gol, para providenciar reacomodações sem cobrança de taxas, ou o reembolso no valor integral dos bilhetes. A Central de Relacionamento está disponível nos números 0300-115-2121 (Brasil), 0810-266-3232 (Argentina) e 5098-2403-8007 (Uruguai). A empresa orienta clientes que viajariam hoje às cidades mencionadas a permanecer em seus destinos de origem e contatar a companhia.

Os cancelamentos da TAM tiveram início às 21h de ontem e devem ser mantidos até, pelo menos, as 10h desta sexta-feira em Porto Alegre. A companhia também continua com seus voos suspensos para os aeroportos de Buenos Aires e Montevidéu pelo menos até as 12h de sexta-feira.

A TAM afirmou, em nota, que "continua analisando as informações disponíveis sobre a densidade e o deslocamento da nuvem de cinzas e continuará avaliando a situação para retomar suas operações normais o mais rapidamente possível em todos os aeroportos afetados. Os clientes da companhia devem ligar para a Central de Atentidimento da TAM antes de se dirigirem ao aeroporto, nos números 4002-5700 (capitais do Brasil) e 0800-570-5700 (demais localidades). Os afetados serão reacomodados nas próximas opções de voos disponíveis, após a normalização da situação, e serão isentados de taxa de remarcação."

A Azul também anunciou a suspensão das atividades com destino ao Rio Grande do Sul, paralisando os trabalhos nos aeroportos de Porto Alegre e Caxias do Sul. A empresa não tem previsão de quando a situação poderá ser normalizada. Também estão suspensos os voos para Buenos Aires, Montevidéu e Assunção.

Cinzas cobrem maior parte do RS

Segundo boletim divulgado à 1h pela Força Aérea Brasileira (FAB), baseado em informações do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), cerca de 70% do Rio Grande do Sul registrava a presença de nuvens decorrentes do vulcão chileno que entrou em atividade no último final de semana. De acordo com o órgão - que acompanha a evolução da situação por meio de informações obtidas com o Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina -, a capital Porto Alegre está na área coberta pelas cinzas.

Segundo a FAB, a partir da madrugada de hoje são coordenados desvios de rotas para que as aeronaves não atravessem ou ingressem na camada de nuvens, que estaria até cerca de 7 mil m metros de altitude. "Acima disso, em princípio, não há restrições para o tráfego aéreo em rota", diz a Força Aérea em nota.

Apesar da previsão de ocorrência de camada de nuvens ao nível do solo, não foram registrados, até o momento, relatos de que isso tenha acontecido em aeroportos da região Sul. As projeções mostram que, mantidas as atuais condições meteorológicas, a nuvem poderá ingressar no Estado de Santa Catarina.

Fonte: Jornal do Brasil

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