quinta-feira, 7 de julho de 2011

BRASIL EMITE US$ 500 MILHÕES NO EXTERIOR COM PREÇO HISTÓRICO

O Brasil aproveitou o apetite internacional por títulos de economias emergentes e quebrou nesta quinta-feira um jejum de quase nove meses em emissões externas, com a venda de 500 milhões de dólares em um bônus de 10 anos referenciado em dólares.

O papel foi vendido oferecendo aos investidores o menor rendimento já pago pelo país, 4,188 por cento ao ano, em um reflexo da elevada demanda pelo título. O spread em relação ao título norte-americano equivalente, de 105 pontos-básicos, também foi o mais baixo da história.

O título saiu a 105,348 por cento do valor de face.

De acordo com o IFR, um serviço da Thomson Reuters, a demanda pelo bônus teria superado os 4 bilhões de dólares.

A emissão do Global 2021 foi feita nos mercados norte-americano e europeu e o Tesouro informou que ofertará mais 50 milhões do título na Ásia após a abertura daquele mercado.

A operação eleva o estoque desse título a pelo menos 2,1 bilhões de dólares, nível considerado adequado pelo Tesouro para garantir liquidez aos bônus --o que favorece os preços e permite que eles deem referência às emissões de empresas privadas.

A última captação soberana do Brasil no mercado internacional havia sido feita em outubro do ano passado, com a reabertura de bônus em reais com vencimento em 2028.

O Tesouro tem como prioridade reforçar a venda de títulos referenciados em reais no mercado externo, mas o momento atual não seria favorável a esse tipo de emissão por conta da recente valorização da moeda brasileira e da incerteza no mercado em relação a possíveis medidas cambiais do governo.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, já vinha antecipando mais uma venda de títulos no mercado internacional para "breve".

Na quarta-feira, um dia após a Colômbia ter feito uma emissão que teve rendimento mínimo histórico, Augustin afirmou que, apesar da volatilidade dos mercados internacionais por conta da crise europeia, considerava que os preços estavam favoráveis para emissões brasileiras.

Há cerca de duas semanas, a Moody's tornou-se a segunda grande agência de classificação de risco a dar ao Brasil uma nota dois degraus acima do nível considerado especulativo, dando mais respaldo a uma nova captação externa.

Fonte: Reuters

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