terça-feira, 2 de agosto de 2011

ITAÚ TEM RESULTADO DECEPCIONANTE NO 2° TRIMESTRE

As ações do Itaú Unibanco caíam forte nesta terça-feira, após o banco ter reportado frustrantes números do segundo trimestre, com piora nas margens, aumento da inadimplência e despesas maiores com provisões para perdas.

A maior instituição financeira privada do Brasil anunciou pela manhã que teve lucro líquido de 3,603 bilhões de reais entre abril e junho. Apesar do alta de 13,8 por cento ante igual intervalo de 2010, o número ficou abaixo dos 3,731 bilhões de reais da previsão média de oito analistas consultados pela Reuters.

"O resultado do Itaú Unibanco na última linha foi uma decepção considerável", escreveu em relatório o analista Carlos Firetti, do Bradesco BBI.

Em termos recorrentes, a diferença foi ainda maior, com o lucro de 3,317 bilhões de reais (0,58 por cento maior na comparação anual), contra os 3,715 bilhões de reais esperados pela média do mercado, nessa base.

A reação do mercado foi incisiva. Às 13h42, a ação do Itaú despencava 5,38 por cento, a 29,71 reais. Era o pior desempenho dentre as integrantes do Ibovespa, que recuava 1,16 por cento.

O banco até conseguiu ter um desempenho positivo em sua principal atividade, a de concessão de crédito. No final de junho, a carteira de financiamentos do grupo havia avançado 21,1 por cento em 12 meses, para 316,96 bilhões de reais.

No varejo, a carteira cresceu 21,3 por cento, para 135,9 bilhões de reais, com destaques para as operações de crédito pessoal e imobiliário. Já a carteira de pessoa jurídica evoluiu 22,9 por cento, puxada pelo segmento de pequenas e médias empresas.

PIORA NA QUALIDADE

O problema foi a piora na qualidade dos ativos. O segmento de pequenas e médias empresas, aliás, foi o maior responsável por essa deterioração. O nível de inadimplência da carteira total, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, chegou a 4,5 por cento, subindo 0,3 ponto percentual, após três trimestres seguidos de estabilidade.

Diante disso, as despesas com provisões para perdas esperadas com calotes somou 5,1 bilhões de reais no trimestre, 16,6 por cento a mais do que no primeiro quarto do ano e 29,1 por cento a mais do que em igual etapa de 2010. Além disso, as perdas com crédito deram um salto de 15,2 por cento sobre março, para 4,1 bilhões de reais.

"Os resultados foram decepcionantes", comentou o analista Saul Martinez, do JPMorgan, em relatório no qual também revisou para baixo as estimativas de lucro do banco em 2011.

Essa piora manchou a rentabilidade sobre patrimônio líquido do grupo no trimestre, que caiu de 23,4 para 22,2 por cento na comparação anual. Também o índice de eficiência --que quanto menor, melhor-- subiu 0,5 ponto sobre o trimestre anterior, para 48,3 por cento.

A margem teve queda de 245 milhões de reais sobre o primeiro trimestre deste ano, abatida principalmente pelos fracos resultados da tesouraria.

Por fim, as despesas não decorrentes de juros no segundo trimestre subiram 11,7 por cento sobre igual etapa de 2010, para 7,97 bilhões de reais, infladas pelo aumento das despesas administrativas.

O que desanimou ainda mais o mercado foi a diferença de desempenho do banco no período em relação ao de seu principal concorrente privado, o Bradesco, que divulgou resultados trimestrais na semana passada. Com isso, a histórica vantagem da ação do Itaú sobre Bradesco caía por terra.

"A diferença de rentabilidade (das ações) não só reduziu, mas tornou-se positiva em favor do Bradesco", disse o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse, em nota a clientes.

No final de junho, os ativos totais do Itaú Unibanco somavam 792,5 bilhões de reais, um avanço de 22,4 por cento sobre um ano antes.

Fonte: Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário