terça-feira, 11 de outubro de 2011

ESLOVÁQUIA REJEITA AMPLIAÇÃO DE FUNDO DE RESGATE DE FUNDO FINANCEIRO EUROPEU

O Parlamento da Eslováquia rejeitou nesta terça-feira a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês), colocando em xeque o pacote anticrise elaborado pela União Europeia (UE), que precisa ser aprovado por todos os membros do bloco que utilizam a moeda única. Com a decisão deve cair o governo de direita da premiê Iveta Radicova, que perdeu um voto de confiança analisado pelos congressistas.

Temendo os reflexos políticos caso a medida fosse rejeitada, Radicova havia mais cedo condicionado a continuidade de seu governo à aprovação do reforço do EFSF.

"Para mim é inaceitável permitir o isolamento do país", disse a premiê diante da negativa de seus companheiros do partido SaS (Liberdade e Solidariedade) para aprovar o fundo.

A medida analisada pelo Parlamento da Eslováquia visa aumentar o fundo de resgate à zona do euro, atualmente em € 440 bilhões, e dotá-lo de maiores poderes. Criado em 2010 e ampliado neste ano, o fundo temporário de resgate está dotado de € 780 bilhões de euros em avais e garantias, embora sua capacidade efetiva de empréstimo para socorrer países em dificuldades seja de apenas € 440 bilhões.

Do bloco de 27 países, somente 17 utilizam a moeda única, e destes, 16 já haviam aprovado a medida, mesmo que em alguns também tenha havido oposição, como na Alemanha.

A Eslováquia é o único dos 17 membros da zona do euro que ainda não ratificou este instrumento de proteção da moeda única.

A primeira-ministra disse que os liberais do SaS rejeitaram uma proposta dos outros três partidos do governo para que a reforma do fundo inclua a possibilidade de a Eslováquia vetar no futuro a concessão de ajudas pelo mecanismo de resgate permanente, que deveria entrar em vigor em 2013.

As 22 cadeiras do SaS, em um Parlamento com 150, eram essenciais para que o governo pudesse aprovar a ampliação.

AUMENTO

Ainda no fim de setembro, o comissário para Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, comentou o plano de aumento do fundo, mas não detalhou de quanto seria o reforço.

Temia-se que a Alemanha também rejeitasse a medida, após semanas de comentários negativos de políticos alemães contra o plano, mas Berlim aceitou aumentar a ajuda ainda no dia 29 de setembro.

O novo plano de resgate também prevê ajuda financeira aos bancos da zona do euro. Para que isso seja viável, seria permitido que o Banco Central Europeu (BCE) facilite empréstimos junto ao EFSF. O fundo assumiria o maior risco, o de emprestar aos países com dificuldades e, dessa forma, reduzir os riscos para o Banco Central Europeu.

O comissário da UE reforçou a necessidade de recapitalização das instituições financeiras para evitar uma nova crise bancária na Europa. "Seria muito difícil evitar o contágio. A riqueza da Alemanha é baseada em um euro estável e em membros estáveis", ressaltou. "A crise atual é uma combinação de uma grave crise da dívida pública e de debilidades do sistema bancário. Você não pode resolver um sem o outro", resumiu.

Rehn disse no fim de setembro que quanto antes os governos da região atribuírem mais poderes ao EFSF, a atenção se voltará para decidir como obter mais impacto com o dinheiro existente.

Analistas estimam que o fundo de resgate precisaria subir para ao menos € 2 trilhões para proteger a Itália e a Espanha caso a crise se espalhe.

Fonte: Folha

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