domingo, 9 de outubro de 2011

JUSTIÇA AMERICANA LIBERTA RENÉ GONZÁLEZ CONSIDERADO ESPIÃO CUBANO

O agente da inteligência cubana René González, que estava detido havia 13 anos em um presídio dos EUA, foi libertado nesta sexta-feira pela Justiça americana.

Condenado por espionagem pelos Estados Unidos, González, 55 anos, é tratado como herói por Cuba, onde havia forte campanha por sua libertação e a de seus quatro colegas ainda detidos – eles são conhecidos na ilha como os "cinco heróis".

Mas, mesmo solto, González por enquanto não poderá voltar a Cuba. Terá de passar mais três anos nos Estados Unidos, em regime de liberdade supervisionada.

Com isso, permanecerá, pelo menos por enquanto, em um país onde não quer estar, e onde nem mesmo seus simpatizantes querem que ele esteja.

Condenação

Ele foi preso em 1998, junto com Gerardo Hernández, Ramón Labanino, Antonio Guerrero e Fernando González, e condenado três anos depois, por tentativa de se infiltrar instalações militares americana no sul da Flórida.

As sentenças dos cinco variam de 15 anos de cadeia – caso de González – a prisão perpétua, no caso de Hernández, que também foi condenado por conspiração para cometer homicídio por conta da derrubada, em 1996, de dois aviões pilotados por um grupo de exilados cubanos.

O governo cubano sempre argumentou que seus "cinco heróis" não estavam em Miami para espionar as atividades americanas, e sim para vigiar exilados cubanos anti-castristas que supostamente planejavam atentados contra Cuba.

O caso há anos está na pauta das relações entre Havana e Washington, e o governo cubano frequentemente organiza manifestações para pedir a libertação do grupo.

Ao mesmo tempo, o governo americano exige a soltura de Alan Gross, que cumpre pena de 15 anos de prisão em Cuba por levar equipamentos ilegais de satélite para a ilha.

Liberdade assistida

González deixou a prisão nesta sexta e foi recebido por familiares, entre eles suas filhas adolescentes (sua mulher não recebeu o visto para visitá-lo nos EUA).

Ele deixou a cadeia antes do cumprimento total da pena por conta de bom comportamento e pelo tempo que passou detido antes de ser condenado.

Seu advogado não informou onde ele passará os três anos da liberdade assistida, mas disse que entrará com recurso contra a permanência obrigatória dele nos EUA.

Por também ser portador de cidadania americana, González tampouco pode ser deportado a Cuba.

A permanência dele em solo americano recebeu críticas de anti-castristas nos EUA – que se sentem ameaçados pela soltura do cubano – e dos próprios simpatizantes de González, por acreditar que ele corre perigo em solo americano.

Ao mesmo tempo, promotores dos EUA rejeitam a volta antecipada dele a Cuba, argumentando que ele pode se aproveitar de sua dupla cidadania para continuar praticando espionagem e para ficar fora do alcance da Justiça.

Havana, por sua vez, mantém a pressão para que González e os outros quatro regressem a território cubano.

Fonte: BBC Brasil

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