Os estudantes voltaram a protestar na tarde de ontem contra o aumento da passagem e da forma como foi implantado o sistema de integração, desta vez em número menor no primeiro momento fizeram um protesto pacífico, inclusive indo à Prefeitura, mas no final da tarde ao retornar para Avenida Frei Serafim foram surpreendidos por um batalhão de onde aconteceu um novo confronto. Várias pessoas foram detidas. A PM usou 250 homens e disparou bala de borrachas e bombas de efeitos lacrimogêneos.
"Tentamos negociar, não fomos ouvidos e usamos a tropa da PM, como eles não tem equipamento de proteção, tivemos que entrar a tropa de choque que fez o uso mínimo da força", disse o Tenente Coronel Marcio.
As palavras da autoridade policial são contraditórias, pois os manifestantes não fizeram uso do vandalismo, como foi constatado inclusive por populares que encararam como covardia a atitude. E a polícia não fez uso mínimo da força, usou bombas de efeito moral, bala de borracha, a cavalaria, arrastou manifestantes pelas ruas depois de espancá-los. Mais de 20 pessoas foram detidas.
No primeiro momento os estudantes marcharam até o Palácio Municipal na tentativa serem recebidos pelo prefeito, mas encontraram a PMT de portas fechadas, contaram apenas com a recepção da Polícia Militar. Ontem os estudantes optaram por não interditar as avenidas como vinha acontecendo nos últimos dias.
O estudante de direito da UFPI e um dos líderes do movimento estudantil Deolindo Moura justificou o menor número de estudantes a grande repressão que os manifestantes sofreram nos últimos dias. "
Os manifestantes ontem reunidos afirmavam que a Prefeitura e os empresários estão mantendo pessoas infiltradas dentro do movimento para incitar os protestos e promover as depredações, no sentido de acabar o movimento dos estudantes, mas afirmam que as manifestações não vão parar e que a polícia é responsável em punir que está promovendo os atos de vandalismo.
Hoje os estudantes voltam a se reunir para protestar,mas afirmam que se o Prefeito não receber a comissão, amanhã as manifestações serão intensificadas. A Câmara Municipal está tentando uma audiência com o prefeito para tentar uma negociação, mas até a tarde de ontem ainda não tinha conseguido, como afirmou o presidente da Câmara, Edvaldo Marques.
Ontem a Polícia Civil do Piauí divulgou para imprensa o relatório das atividades realizadas pela Polícia Judiciária nos seis dias de protesto.Segundo o relatório da polícia, foram instaurados 2 inquéritos policiais, 2 boletins circunstanciados de ocorrências, 1 auto de apreensão e 1 Termo Circunstanciado de Ocorrência, também foram realizadas 10 prisões.
No relatório parcial, a Polícia Civil específica o que foi feito durante cada dia de manifestação. Na quarta-feira (4): Foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e três prisões. Já na quinta-feira (5): Foi instaurado um Inquérito Policial em Aberto para apurar um incêndio doloso e um menor foi apreendido.
Na segunda-feira (9): Registrado um auto de prisão em flagrante por dano qualificado; assinado um Boletim Circunstanciado de Ocorrência (BCO); cinco pessoas presas e dois menores apreendidos.
Ontem, o Portal da Clube publicou uma matéria sobre a presença de uma pessoa ligada aos empresários do sistema de transporte infiltrada no movimento. Diz a reportagem que o acusado não era PM, nem policial civil, nem segurança particular e muito menos estudante.
O homem que foi detectado como infiltrado por manifestantes na última quinta-feira (5), é Joesley Campelo, primo do presidente do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (Setut), Herbert Miura.
Joesley Campelo, acusado pelos manifestantes de agredir um menor no quarto dia de manifestação, faz parte da terceira geração da Família Campelo que se dedica ao ramo de transportes de passageiros no Piauí. Ele chegou a ser detido pela Polícia Militar na quinta-feira, mas, como não foi formalmente acusado de nenhum crime, escapou ileso de qualquer punição por parte das autoridades policiais. A reportagem do jornal DIÁRIO DO POVO ouviu a Assessoria de Imprensa do Setut, e foi informada que se trata de um caso isolado, se realmente estiver acontecendo isso como vem se comentando nos portais e redes sociais sobre o assunto.
Fonte: Diário do Povo
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