quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ROMENOS PEDEM A RENÚNCIA DE PREMIÊ

Milhares de romenos saíram às ruas em Bucareste nesta terça-feira para exigir que o governo renuncie por causa das duras medidas de austeridade, o último ato de uma onda de protestos que levaram a algumas concessões, mas não a uma mudança na política.

Manifestantes protestam na praça Victoriei, em frente à sede do governo da Romênia, no centro da capital Bucareste, nesta terça-feira. 24/01/2012 REUTERS/Bogdan CristelAs dificuldades causadas pelas medidas de austeridade, aprovadas em 2010 para manter em vigor um pacote de resgate de 20 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional, provocara até recentemente pouca agitação na Romênia em comparação à testemunhada em países como a Grécia.

A popularidade do partido da situação despencou a meses de uma eleição parlamentar, em novembro, e a fúria em relação a empregos públicos e cortes de salários, assim como sobre um aumento no imposto sobre as vendas, aumentou.

Nos comícios na semana passada na Praça da Universidade de Bucareste, um dos locais da revolução anticomunista de 1989, a polícia disparou gás lacrimogêneo e os manifestantes atiraram tijolos e coquetéis Molotov.

Mais cedo na terça-feira, cerca de 2.000 sindicalistas, professores, enfermeiras e militares aposentados se reuniram em frente à sede do governo para exigir a renúncia do primeiro-ministro, Emil Boc, e de seu aliado, o presidente Traian Basescu.

"Quero recuperar minha dignidade, quero que essa ditadura formada pelo presidente e pelo primeiro-ministro caia", disse Otilia Dobrica, professora de educação infantil e secretária em meio período que ganha 1.400 leis (420 dólares) por mês.

Protestos reunindo estudantes, aposentados, funcionários públicos e outros profissionais se espalharam pelo país nas duas últimas semanas.

Na noite de terça-feira, cerca de 1.000 manifestantes reuniram-se na Praça da Universidade, um dos maiores comparecimentos em 12 dias seguidos de protestos em Bucareste.

Boc fez algumas concessões, demitindo seu ministro das Relações Exteriores por fazer comentários insultantes sobre os manifestantes, e renomeando uma popular autoridade da área de saúde, cuja demissão levou as pessoas às ruas. Mas ele e Basescu continuam sob pressão.

Tentando manter a unidade de seu gabinete, Boc nomeou Cristian Diaconescu, membro de um partido júnior membro da coalizão que havia servido anteriormente em governos de centro e de esquerda, como seu novo ministro do Exterior.

Diaconescu, 52, ex-ministro da Justiça e das Relações Exteriores, vai substituir Teodor Baconschi, ex-assessor de Basescu e membro do partido PDL de Boc, que foi demitido na segunda-feira por chamar os manifestantes de "ineptos e favelados violentos".

Fonte: Reuters

Nenhum comentário:

Postar um comentário