terça-feira, 27 de março de 2012

BOPE COMEÇAR A OCUPAÇÃO DO COMPLEXO DO ALEMÃO

Desde 5h desta terça-feira, cerca de 750 policiais militares do Bope (Batalhão de Operações), BPChoque (Batalhão de Choque), Gam (Grupamento Aeromarítimo) e da Companhia de Cães ocupam as comunidades Nova Brasília e Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. O objetivo da ação é substituir as tropas da Força de Pacificação do Exército pela PM para a implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Alemão e também no complexo de favelas da Penha.

O coronel Frederico Caldas, relações-públicas da PM, explicou que os homens foram divididos por áreas. O Bope ocupou a Nova Brasília e o BChoque, a Fazendinha. O Gam apoiou sobrevoando toda a região com helicópteros e os policiais da Companhia de Cães ajudam nas revistas, com cães farejadores que tentam encontrar drogas. De acordo com nota divulgada pelo Comando Militar do Leste, a transição será de forma gradativa, começando pelas comunidades da Fazendinha e Nova Brasília até chegar ao Complexo da Penha.

A previsão da Polícia Militar é de que 500 policiais sejam deslocados para os complexos em março, mais mil em abril e maio e outros 700 em junho, quando todo o efetivo do Exército já deverá ter saído dos complexos.

A secretaria também pediu a colaboração dos moradores e alertou para que todos andem com documentos de identificação. Motoristas e motociclistas também devem estar com a documentação dos veículos em dia, pois serão revistados. O diretor do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum, questiona a necessidade de varreduras na área. Segundo ele, os moradores das favelas estão apreensivos e temem possíveis violações de direitos. A organização não governamental atua no Alemão há mais de dez anos.“Se o Exército já está aqui há tanto tempo, nosso questionamento é sobre a necessidade de uma varredura pelo Bope. Os locais mais problemáticos em relação à violência já estão mapeados e são de conhecimento público. Todos aqui estão muito apreensivos e há tensão por parte dos moradores”, afirmou.

Nas últimas semanas, o Exército mudou a tática de atuação no Alemão e reforçou as revistas em todos os acessos às favelas da localidade. De acordo com o coronel Fernando Fantazzini, relações públicas da Força de Pacificação, a nova estratégia, no entanto, não estava relacionada à entrada do Bope, mas apenas a uma alteração rotineira para dar mais efetividade às ações. “Não podemos atuar sempre da mesma forma. Temos que mudar as estratégias para garantir sempre a efetividade e a segurança das nossas ações”, explicou o policial militar.

Ele garantiu também que não houve aumento no número de homens que ocupam o conjunto de favelas, atualmente em 1,6 mil, e disse que a nova tática não trouxe prejuízo ao patrulhamento no interior das comunidades para coibir o comércio de drogas. Moradores confirmaram que foram intensificadas as revistas nas entradas e saídas das favelas, mas sem registro de agressividade ou abusos de militares do Exército.

Fonte: Correio do Brasil

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