quarta-feira, 7 de março de 2012

COPOM REDUZ SELIC PARA 9,75% AO ANO

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (7) o quinto corte consecutivo na taxa básica de juros, a Selic, que caiu para 9,75% ao ano. A redução foi de 0,75 ponto percentual.

É a primeira vez que a taxa atinge um dígito em quase dois anos, desde abril de 2010, quando estava em 9,5%.

A decisão de cortar 0,75 pontos cinco membros do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central, que define a trajetória dos juros no Brasil), enquanto outros 2 votaram por um corte de 0,5. A reunião de hoje durou cerca de quatro horas.

"Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,5 p.p.", diz o comunicado divulgado pelo Banco Central após a reunião.

A redução confirma a política de redução de juros iniciada pelo governo em agosto passado, quando a crise internacional motivou um corte de 0,5 ponto percentual.

Um novo corte dos juros nesta quarta-feira já era estimado pelo mercado financeiro. A ata da última reunião do comitê, de janeiro, deixou explícito que a taxa tinha "elevada probabilidade" de cair a um dígito-- o que foi endossado pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, na reunião do G-20 na semana passada.

A crise econômica mundial tem preocupado o governo e fez com que o governo adotasse discurso velado de que os juros devem cair mais intensamente. Os juros menores seriam uma maneira de auxiliar setores produtivos, fortemente afetados pela entrada de importados, valorização do real e o "tsunami" de dinheiro que o BC europeu liberou aos bancos do continente.

Uma taxa de juros menor no Brasil ajuda a frear a vinda de parte desses recursos para o país e reduzir a especulação financeira.

MERCADO INTERNO

A inflação dentro do teto da meta (6,5% ao ano) também reduz a pressão para o mercado interno em um momento em que o governo vê no consumo uma possibilidade de fazer a economia crescer mais do que os 2,7% anunciados ontem pelo IBGE.

Para isso, o Planalto deve anunciar um pacote de bondades, com estímulo ao crédito, desoneração de alguns setores e medidas que afaste a recessão da indústria.

Em entrevista nesta quarta-feira, o ministro Guido Mantega (Fazenda) ressaltou que 2012 será um ano difícil para economia internacional e para o Brasil, e que o governo brasileiro continuará agindo para evitar que o crescimento seja prejudicado. Ele disse que serão tomadas medidas na área de defesa comercial e cambial.

"O desafio maior é a recuperação do crescimento da indústria brasileira. Nós temos que tomar várias iniciativas", afirmou.

Fonte: Folha

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