quinta-feira, 3 de maio de 2012

BANCO DO BRASIL TEM LUCRO MENOR NO 1° TRIMESTRE

O Banco do Brasil viu seu lucro líquido encolher 14,7 por cento no primeiro trimestre, afetado por maiores provisões para perdas diante da tendência de aumento da inadimplência, buscando fazer frente à série de cortes de juros praticada recentemente pela instituição.

O maior banco do país em ativos teve ganho líquido de 2,5 bilhões de reais nos três primeiros meses de 2012, conforme dados divulgados nesta quinta-feira.

A previsão média de 11 analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de 2,7 bilhões de reais para a instituição no período.

Sem considerar efeitos extraordinários, o banco apurou lucro recorrente de 2,7 bilhões de reais entre janeiro e março, o que equivale a recuo de 7,5 por cento ano a ano.

O resultado veio com um aumento de 36 por cento nas despesas com provisões para perdas com devedores duvidosos, que atingiram 3,576 bilhões de reais no período, o maior nível desde pelo menos o quarto trimestre de 2009, em meio ao cenário de maiores calotes decorrentes de juros menores.

Nas últimas semanas, BB e Caixa Econômica Federal deram a largada para uma rodada de cortes agressivos de juros em várias linhas para empresas e pessoas físicas, seguindo os esforços do governo para reduzir o spread bancário.

Ainda assim, o BB registrou índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, de 2,2 por cento no primeiro trimestre, ligeiramente maior sobre os 2,1 por cento de um ano antes, mas inferior ao nível visto no Sistema Financeiro Nacional, de 3,7 por cento.

O nível de inadimplência do banco no trimestre passado também foi menor em relação a seus concorrentes, que viram os calotes saltarem no período.

Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil, que já divulgaram resultados do trimestre, também aumentaram as previsões para perdas em função de maior inadimplência que, nos três casos, variou de 4,1 a 5,1 por cento no período.

Nos três meses até março, a carteira de crédito do BB cresceu 19 por cento ano a ano, para 473,1 bilhões de reais, sendo que os financiamentos a empresas somaram 211,4 bilhões e os desembolsos a pessoa física, 133 bilhões de reais, altas de 17,8 e 14,2 por cento, respectivamente.

Já os financiamentos imobiliários avançaram 57,8 por cento no trimestre, alcançando 1,3 bilhão de reais.

A margem financeira líquida, que contabiliza a receita do banco com operações de crédito e negociação de valores mobiliários excluindo provisões, foi de 7,463 bilhões de reais no trimestre, expansão de 3 por cento em 12 meses.

O retorno sobre patrimônio líquido recorrente, enquanto isso, ficou em 19,7 por cento entre janeiro e março, dentro da estimativa do banco para o ano, de 19 a 22 por cento.

Os ativos do BB somavam 1 trilhão de reais ao final de março, crescimento de 16 por cento sobre um ano antes.

Fonte: Reuters

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