sexta-feira, 4 de maio de 2012

MENINA DESAPARECIDA HÁ SETE ANOS REENCONTRA A MÃE NA ARGENTINA

Uma menina de dez anos de idade, que desapareceu na Argentina há sete anos e estava em um abrigo em Dourados (MS) desde o ano passado, voltou para seu país nesta quinta (3) para reencontrar a mãe.

Segundo a coordenadora do Lar Ebinezer, Cleire Santana, a criança foi deixada no local depois que o pai dela, de nacionalidade paraguaia, fugiu da cidade.

O homem foi denunciado em março de 2011 pela família que alugou o cômodo onde ele morava com a filha. Segundo a Polícia Civil, eles estranharam o fato de a menina não sair de casa nem frequentar a escola.

O Conselho Tutelar foi acionado e levou a menina para o abrigo enquanto o pai prestava esclarecimentos à polícia. Inicialmente, o caso foi tratado como suspeita de estupro de vulnerável.

Segundo o registro policial, o homem foi liberado depois que exames descartaram o estupro. A paternidade não foi colocada em dúvida porque ele apresentou uma certidão de nascimento falsa, feita em Aral Moreira (MS). Depois de ser liberado, no entanto, o homem desapareceu e a menina ficou no abrigo.

Consta no processo judicial que, oito meses após fugir de Dourados, o homem ligou para a ex-mulher para contar a localização da filha. Acionada pela mãe, a Embaixada da Argentina entrou em contato com o abrigo.

INVESTIGAÇÃO

A coordenadora do abrigo onde a menina estava disse que, em dezembro de 2011, recebeu a ligação de uma mulher. "Ela chorava e ninguém conseguia entender o que ela queria". Era a mãe da menina.

Iniciou-se, então, uma investigação para atestar se a menina era a criança desaparecida em 2005. O juiz da Vara da Infância e Juventude de Dourados, Zaloar Murat, solicitou um exame de DNA, e a comprovação da maternidade saiu no dia 23 de abril.

Na quinta (3), a menina se despediu das outras 26 crianças do abrigo e viajou para Buenos Aires.

A coordenadora do abrigo, Cleire Santana, conta que a menina tinha dificuldade para falar português. Até então, a única pessoa com quem ela convivia era o pai. "Ele dizia que a mãe dela tinha fugido para a Espanha", diz.

Nos 40 dias que morou com o pai em Dourados, a garota passava o dia assistindo TV, trancada no quarto. Segundo Santana, ela se lembrava de estar sempre viajando de ônibus ou morando em alguma fazenda, distante do convívio social.

A criança nunca disse que tinha raiva do pai e ficou decepcionada ao saber do sequestro, conta Santana.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, e o processo corre em segredo de Justiça.

Fonte: Folha

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