segunda-feira, 9 de agosto de 2010

BANCO DO BRASIL, BRADESCO E BES ENTRAM NA ÁFRICA

O Banco do Brasil tomou mais um passo na sua estratégia de internacionalização nesta segunda-feira, 9, visando desta vez a África. O banco assinou um memorando de entendimento com o Bradesco e o Banco Espírito Santo S.A. (BES) para iniciar as negociações de uma parceria para atuar no continente africano.

Segundo o comunicado, a intenção dos bancos é fazer em uma holding financeira que consolidaria, na África, as atuais operações do BES. A holding coordenará futuros investimentos envolvendo a aquisição de participações em outros bancos e o estabelecimento de operações próprias no continente africano.

"As três instituições financeiras consideram a eventual parceria um meio importante para apoiar o movimento de internacionalização das empresas brasileiras e portuguesas e para assistir ao crescente intercâmbio comercial com o referido continente", informa o comunicado.

O modelo de atuação da parceria entre Bradesco, BB e BES sai em até 90 dias, disse o presidente do BB, Aldemir Bendini. Serão definidos os valores a serem investidos e a composição acionária da holding que vai ser criada. "Em 60 a 90 dias teremos isso definido", afirmou ele.

A gestão da holding financeira será compartilhada entre os três participantes, disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Hoje a holding é controlada pelo Banco Espírito Santos, de Portugal.

A primeira fase do projeto é a consolidação do que já existe, diz Trabuco. O BES já opera na África há mais de 100 anos. Em seguida, a holding vai buscar a ampliação das operações, que inclui parcerias com bancos locais e aquisição de instituições financeiras africanas. "Queremos preservar a identidade local dos bancos" diz Trabuco. Segundo ele, a área de seguros é uma com maior potencial. "Esse mercado não existe em muitos países da região."

O foco de atuação do Banco do Brasil e do Bradesco na África será o varejo e também o credito para empresas, incluindo o apoio a companhias brasileiras que atuam lá. Segundo Trabuco, há países africanos, como Moçambique e Angola, onde o nível de bancarização é menor do que 15% da população.

Na entrevista com a imprensa para anunciar as operações na África, estavam presentes os principais executivos de empresas brasileiras que atuam naquele continente, como Marfrig, Odebrecht, Camargo Correa e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Internacionalização

O presidente do Bradesco disse que a África é a nova fronteira de expansão para bancos e empresas brasileiras. "Há países com baixíssima bancarização", afirmou durante entrevista com imprensa para comentar a assinatura do memorando de entendimento.

Os dois bancos brasileiros vão entrar no capital dessa empresa. O BES, que hoje tem 100% de participação na holding, atua em países como Angola, onde tem 30 agências e Líbia, com 20 agências.

O Banco Espírito Santo, com sede em Lisboa, é o segundo maior banco comercial privado de Portugal e está presente em 18 países e quatro continentes.

De acordo com o comunicado, a efetivação da operação está sujeita à realização de estudos técnicos, jurídicos, financeiros, à negociação satisfatória dos documentos definitivos e ao cumprimento das formalidades legais e regulatórias aplicáveis em cada País.

O BB adotou a estratégia de internacionalização no ano passado. O argumento é o de acompanhar e atender clientes brasileiros – pessoas físicas e jurídicas – onde eles estejam. Há um ano, o presidente Lula defendeu que a instituição investisse na África, na China e na América Latina.

Fonte: Estadão

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