terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

KASSAB E A EXTREMA UNÇÃO DO DEM

O partido mais à direita no arco da política brasileira está prestes a perder seu representante mais pesado no cenário eleitoral. Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab espera apenas a janela a ser aberta no Congresso para assinar a ficha de filiação ao PMDB. Ele reage à ação do ex-aliado, Rodrigo Maia (RJ), que reduziu seu espaço na legenda. Em dezembro de 2007, Maia alterou artigo do estatuto que conferia ao conselho político do DEM poder de “decidir” sobre coligações e “indicar” candidatos a presidente e vice, o que afetou, diretamente, o prefeito da capital paulista.
Maia argumentou que que “o artigo era ilegal” pois “o conselho é consultivo e não pode deliberar no lugar das convenções” e trocou “decidir” por “recomendar” e “indicar” por “propor”. Na qualidade de presidente do conselho, Kassab poderá alegar que foi prejudicado pela mudança e usar esse argumento para deixar o partido. Ele admitiu na noite passada, em conversa com jornalistas, que “essa é uma das hipóteses (a ser aplicada), caso decida mesmo mudar de partido”.
Para garantir a saída de seu grupo, sem correr o risco de perder o mandato, Kassab aguarda a aprovação de uma brecha legal para troca de partidos. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a chamada janela “será necessariamente discutida durante o debate da nova lei eleitoral”.
– Será até setembro, dentro do contexto da reforma política – disse o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP).
Fechada a janela, Kassab tem duas outras alternativas: a criação de um novo partido político. Nesse caso, qualquer parlamentar poderia deixar seu partido para a fundação de uma nova sigla.
Recém-criado, o novo partido seria fundido ao PMDB. Além do tempo consumido para a fundação, uma nova sigla nasce sem tempo de TV. Outra hipótese seria a fusão do DEM com outra sigla, liberando seus parlamentares da exigência de fidelidade.
Fonte: Correio do Brasil

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