quinta-feira, 21 de abril de 2011

ECONOMIA JAPONESA EM FORTE CRISE

As exportações do Japão diminuíram mais que o previsto em março, sinalizando que os embarques continuarão a prejudicar o crescimento daeconomia após o terremoto e o tsunami que geraram uma crise nuclear no mês passado e interromperam cadeias de fornecimento para muitas manufatureiras. Os dados oferecem a primeira estimativa das dificuldades de produção após o desastre natural que devastou o nordeste japonês em 11 de março.

As exportações caíram 2,2% em março sobre o ano anterior, mais que a queda prevista de 1,5%. É o primeiro declínio em 16 meses. Já as importações subiram 11,9% na comparação anual, ante previsão de 6%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério das Finanças japonês. Em relação a fevereiro, as exportações diminuíram 7,7% com ajuste sazonal. É a maior queda mensal desde janeiro de 2009.

"Frustrante"

O presidente da Toyota, Akio Toyoda já adiantou que não há previsão de aumento da produção até o início de junho.

– É uma situação muito frustrante para as montadoras e para as outras indústrias, pois apesar da demanda, eles simplesmente não podem produzir – disse ele à agência britânica de notícias BBC.

As exportações para os Estados Unidos, um dos principais parceiros comerciais do Japão, reduziram 3.4%, enquanto que a entrega de produtos para a China subiu 3.8%.

Cenário

Enquanto a economia japonesa tenta neutralizar os efeitos do pior terremoto da história do país, analistas dizem que a situação ficará pior nos próximos meses. Isto porque muitas fábricas têm usado o estoque de peças para continuar a produção. “Mas a partir de agora, com o fim do estoque, as companhias serão obrigadas a parar totalmente a produção”, disse Hajime Inoue, do Instituto de Pesquisas do Japão.

O analista arrisca dizer até que as exportações podem chegar a cair de 20% a 30% nos próximos meses. Yoshiki Shinke, do Instituto de Pesquisas Daiichi Life, concorda com o colega e lembra que houve danos também em aeroportos e portos na região nordeste do país.

– Até agora não houve progresso na recuperação da produção nas fábricas, então as exportações cairão em abril – disse.

O racionamento de energia elétrica, previsto para o verão, também afetou a produção. O governo determinou uma economia de 25% do uso de eletricidade para as indústrias, o que deve levá-las a reduzir a jornada de trabalho. Para piorar, uma pesquisa divulgada pela imprensa japonesa mostrou que a confiança do consumidor teve uma queda grande, o que deve refletir negativamente também no índice de consumo doméstico.

O primeiro-ministro, Naoto Kan, deve anunciar em breve um plano para estimular a economia. Ele não revelou como os orçamentos suplementares serão pagos, mas o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano, já adiantou que o governo pensa em usar o dinheiro dos impostos para pagar a conta. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Crise inglesa

Diante do quadro de estagnação da economia europeia, em especial a inglesa, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra não chegou nem perto de elevar a taxa de juro na reunião deste mês, em meio a preocupações sobre a força da economia, que contrabalançaram os riscos inflacionários, mostrou a ata da reunião. O BC manteve a divisão de 6 votos a 3 em favor da manutenção do juro em 0,5%, segundo a ata do encontro de 6 e 7 de abril, divulgada nesta quarta-feira, dizendo que as perspectivas inflacionárias não mudaram o suficiente para alterar a visão do banco.

economiaEmbora o BC tenha notado que o ritmo da inflação no curto prazo pode ser maior que a previsão feita em fevereiro, a extensão da recuperação econômica da desaceleração do fim do ano ainda é incerta. A ata retirou uma frase usada em março que dizia que os que votaram por estabilidade haviam considerado que a possibilidade de uma alta de juro teria aumentado para esfriar a economia.

Fonte: Correio do Brasil

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