sexta-feira, 1 de abril de 2011

GBAGBO PROMETE LUTAR ATÉ O FIM

Laurent Gbagbo, líder de facto da Costa do Marfim que se recusa a deixar o poder após perde as eleições, disse que lutará até o fim contra a pressão internacional e seu rival, Alassane Ouattara, e está preparando um discurso que será feito em breve para os marfinenses, informou nesta sexta-feira, 1º, um de seus aliados.

"De acordo com suas ideias, ele vai até o fim", disse Toussaint Alain, questionado de Gbagbo estaria disposto a morrer pelo país. "Ele não tem intenções de renunciar ou deixar o poder. Nas próximas horas, ele apresentará propostas para a oposição", completou, dizendo que o líder de facto está "pronto para o diálogo" com Ouattara. Mais cedo, pessoas próximas de Gbagbo disseram que a sua rendição está "fora de questão".

As forças de Ouattara, reconhecido internacionalmente como o presidente da Costa do Marfim, iniciaram nesta semana uma ofensiva contra Gbagbo. As disputas geraram uma onda de violência no país, que se acirrou nos últimos dias.

As tropas de Gbagbo perderam terreno na última semana. O presidente eleito, respaldado pela comunidade internacional e pela Organização das Nações Unidas (ONU), mantém a pressão sobre o líder de facto. Na quinta, ele decretou um toque de recolher e fechou as fronteiras marítimas, aéreas e terrestres do país. Os seguidores de Ouattara haviam dado um ultimato para que Gbagbo deixasse o poder.

Alain disse que, antes da entrevista, havia conversado com Gbagbo e que o líder de facto está em um "local seguro", mas não disse se ele está em Abidjã, a maior cidade do país. O assessor ainda acrescentou que o discurso de Gbagbo será transmitido pela televisão.

Gbagbo está no poder desde 2000. Seu mandato acabou em 2005, mas o pleito foi adiado para 2010 devido à instabilidade política que a Costa do Marfim vivia. Agora, o país está mergulhado em uma onda de violência. Estima-se que mais de um milhão de marfinenses já deixaram o país.

Nesta quinta, Zahra Abidi, uma funcionária sueca da ONU morreu atingida por uma bala perdida, em Abidjã. De acordo com o órgão, ao menos 494 morreram nos conflitos, mas com a escalada da violência nos últimos dias, esse número deve ser bem maior.

Fonte: Reuters

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