sábado, 14 de maio de 2011

CAIXAS ELETRÔNICOS SÃO OS NOVOS ALVOS DOS BANDIDOS EM SÃO PAULO

A diminuição expressiva do número de assaltos a banco no Brasil entre 2000 e 2010 - queda de 82% -, creditada ao aumento dos dispositivos de segurança dentro das agências e uma maior integração entre bancos e as forças de segurança pública, contrasta com o crescente número de explosões a caixas eletrônicos.

Somente o Banco do Brasil teve 27 terminais arrombados explosivos na região Nordeste em 2010. Foto: Agência A Tarde

A modalidade, intensificada a partir de 2007, não tem números precisos e na maioria das vezes ainda é registrada como roubo comum ou furto. Somente na capital paulista e na Grande São Paulo, foram registrados cerca de 40 casos desde o início do ano. A migração teria se dado pelo entendimento das quadrilhas de se obter dinheiro com menor risco.

Uma das explicações para isso está na disponibilidade desses equipamentos fora das agências bancárias. Eles são encontrados facilmente em postos de gasolina, pequenos supermercados de bairro, açougues e farmácias, considerados mais vulneráveis. Em São Paulo, outras ondas de assalto creditadas a essas quadrilhas passaram por sequestros relâmpago, roubo de carga e joalherias de shoppings. A saidinha, em que o cliente saca um valor alto em uma agência bancária e é atacado nas imediações do local é outro tipo de ocorrência que preocupa a polícia.

Apontado como o "crime da moda" pelo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, a explosão dos equipamentos preocupa principalmente os comerciantes que abrigam essas máquinas.

Ferreira Pinto diz que algumas quadrilhas que estão atuando no Estado já foram identificadas e acredita que em pouco tempo o número de ocorrências possa diminuir. Para isso, os reforços de tecnologia que os bancos estão dando aos equipamentos também podem desestimular os ladrões.

Entre as táticas adotadas, estão equipamentos espalham tinta sobre o dinheiro, assim que o cofre é danificado, e outros que queimam a borda das cédulas. A polícia acredita que a onda de crimes é passageira e que a migração se dá todas as vezes que se se combate um tipo de crime específico.

Nesta semana, Ferreira Pinto afirmou que é preciso fiscalizar melhor as pedreiras, que trabalham com explosivos que, desviados ou roubados, estariam sendo utilizado pelas quadrilhas que atacam os caixas eletrônicos.

O Exército brasileiro informou que em todo o Brasil, no ano passado, mais de meia tonelada de dinamite foi furtada. Porém, não é descartada a hipótese da utilização de bombas "caseiras" pra violar os caixas. Existem atualmente no Brasil 179 mil terminais de auto-atendimento (ATMs), sendo que 41 mil estão instalados fora das agências bancárias e dos PABs (Postos de Atendimento Bancário).

A Febraban informa que tem mantido reuniões constantes com a polícia para discutir soluções para coibir ações contra agências bancárias e caixas eletrônicos. Já os bancos estão tomando providências para garantir uma maior proteção de seus equipamentos usando novas tecnologias que dificultam o uso do produto roubado para assegurar a segurança de seus clientes.

Estudo

O Banco Central do Brasil e a Federação Nacional dos Bancos estão discutindo aspectos operacionais para implementar uma regulamentação para a reter notas danificadas por sistemas anti-furto de terminais de auto-atendimento. Hoje, os bancos estão dando ao dinheiro apresentado nessas condições o mesmo tratamento dado às notas falsificadas. A nota é retida e o portador é identificado. A partir daí a nota é enviada a análise do Banco Central. A diferença é que, ao contrário das notas falsificadas, elas não perdem o valor comercial. Essa regulamentação irá padronizar os procedimentos.

Fonte: Terra

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