A presidente Dilma Rousseff reiterou nesta quinta-feira o compromisso do governo no combate à inflação, em um momento em que as previsões se aproximam do teto da meta perseguida no ano.
"Temos também um compromisso de resistir às pressões inflacionárias, tanto as que vêm de fora como as do nosso próprio país", disse Dilma durante cerimônia no Palácio do Planalto com o presidente da Alemanha, Christian Wulff.
A presidente declarou ter havido consenso entre ambos sobre a "necessidade de aprimoramento das governanças financeiras internacionais", e citou o impacto da política monetária expansionista de alguns países na inflação mundial.
"Percebemos que países desenvolvidos com crescimento ainda fraco têm adotado políticas monetárias extremamente expansionistas, com evidentes efeitos negativos na inflação mundial", disse ela.
A inflação nos 12 meses encerrados em março atingiu 6,30 por cento, e o mercado prevê que o dado de abril, que será divulgado na sexta-feira, mostre o rompimento do teto da meta, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
Há a perspectiva de uma leve desaceleração a partir de então, com o mercado prevendo uma inflação neste ano de 6,34 por cento, o que ainda é um patamar elevado.
A pressão deriva de fatores externos, como commodities, e internos, como reajustes sazonais de transportes e educação e o crescimento forte da economia. Em meio a esse cenário, o governo vem tomando medidas nos lados monetário e fiscal, tendo elevado a taxa de juro em 1,25 ponto percentual desde dezembro.
No encontro, segundo Dilma, foram discutidas também "novas oportunidades" para investimento alemão, incluindo áreas da infraestrutura brasileira, como portos, aeroportos e a construção do trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Dilma, que no mês passado lançou um programa de acesso ao ensino técnico, disse ter exposto ao seu colega alemão as "necessidades de formação e qualificação profissional" de jovens e fez apelo para o intercâmbio de estudantes brasileiros na Alemanha.
"Gostaríamos de enviar parte destes alunos para universidades alemãs e de examinar formas de intensificar o intercâmbio de estudantes", disse ela, referindo-se à promessa de oferecer 75 mil bolsas de estudos a alunos brasileiros no exterior.
Fonte: Reuters
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