quarta-feira, 1 de junho de 2011

44% DAS CRIANÇAS DE MOÇAMBIQUE SOFREM DE SUBNUTRIÇÃO CRÔNICA

Comemora-se hoje o dia internacional da criança, numa altura em que em Moçambique maior parte destas ainda sofre de subnutrição crônica, um problema que, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), atinge cerca de 44 por cento das crianças, com destaque para as que residem nas zonas rurais, concretamente no norte do país.


Arild Drivdal, especialista de comunicação no UNICEF, disse ontem, em Maputo, em entrevista ao “O País”, que, todavia, as taxas de subnutrição tem estado a baixar. A fonte apontou que a subnutrição é um dos problemas de saúde que contribue para a elevação da taxa de mortalidade infantil.

“A subnutrição afeta o desenvolvimento cognitivo e físico, uma situação que tem implicações graves no desenvolvimento intelectual da criança”, destacou Drivdal.

A insuficiência alimentar, sobretudo a falta de amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida da criança, tem sido um dos grandes fatores para a subnutrição. A esta questão acrescentam-se os problemas de água e saneamento, o que concorre para o surgimento de doenças diarreicas.

Para reduzir esta situação, o UNICEF diz que acções estão em curso, através dum plano nacional multi-sectorial, que envolve todos os ministérios.

Violência e abuso sexual

Outra preocupação de momento no seio das crianças moçambicanas tem que ver com a violência e abuso sexual, que muitas das vezes, disse o nosso interlocutor, não são reportados. “Isto é uma situação que acontece e é sempre escondida, há uma cultura de silêncio (...), as vítimas não falam, os pais também não se pronunciam sobre esta matéria”, destacou o oficial de comunicação do UNICEF, sublinhando que, muitas vezes, a vítima sofre um duplo impacto, designadamente a violência e a estigmatização.

Um dos fatores que faz com que os casos de violência não sejam reportados é que, segundo a fonte, muitas pessoas desconhecem a existência de leis que os defendem contra este tipo de situações.

Outro problema, que segundo o UNICEF deve ser atacado, é o facto de muitas mulheres admitirem que os seus esposos possam livremente exercer atos de violência contra elas, daí que existe toda uma necessidade de mudar esta mentalidade, porque as mães transmitem esta educação para os filhos.

“Queremos assegurar que as pessoas conheçam os seus direitos. já se está a criar o gabinete de atendimento à mulher e criança vítimas de violência em todo o país, tudo para quebrar a cultura de silêncio”, destacou. Outra preocupação está ligada à proteção social da criança. 

De acordo com as nações Unidas, o primeiro Dia Mundial da Criança foi instituído em 1950.

Fonte: O País Online

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