sexta-feira, 3 de junho de 2011

PIB NO BRASIL CRESCE 1,3% NO PRIMEIRO TRIMESTRE

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira, 3, que o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2011, de 1,3%, que anualizado resulta numa expansão de 5,5%, é menor do que o do mesmo período do ano passado. Mas, de acordo com ele, é um crescimento que mantém a vitalidade adquirida nos últimos anos e que se diferencia do comportamento da economia mundial. "Nós estamos observando que a economia americana está com dificuldades para se recuperar, a europeia enfrenta diversos problemas e mesmo nas economias emergentes a China já dá alguns sinais de desaceleração do seu crescimento", disse em entrevista coletiva.

Ele considerou a expansão do PIB um resultado muito positivo para os brasileiros porque, apesar de exibir desaceleração, ainda está gerando empregos e riquezas para o país. O ministro disse ainda que o crescimento do primeiro trimestre foi impulsionado pela agricultura e pela indústria de transformação. Mantega disse que o avanço da deste último setor (+2,8%) "desmente algumas ideias de que a indústria de transformação está com alguns problemas e recuando".

O ministro ressaltou que o avanço dos serviços foi menor. "Portanto, este crescimento reflete uma acomodação da economia brasileira aos ajustes que fizemos desde o final do ano passado no sentido de moderar o crescimento, porém mantê-lo em patamar suficiente para gerar riquezas", disse.

Mantega também destacou o consumo das famílias, que já apresentou desaceleração, mas fez questão de observar que isso não quer dizer que não esteja havendo crescimento. Outro ponto observado pelo ministro foi o aumento dos gastos do governo, de 0,8% no trimestre. "Os gastos do governo estão crescendo abaixo da variação do PIB, o que é muito importante".

Segundo trimestre

Mantega disse que o PIB crescerá menos no segundo trimestre do que a expansão de 1,3% observada no período de janeiro a março. "E por que vai crescer menos? Porque nós moderamos o crescimento do crédito e os resultados são que ele está se expandindo no primeiro quadrimestre algo como 13%", informou Mantega ao acrescentar que o crédito até então vinha avançando em torno de 20%. "Não é que não está crescendo. O crédito está crescendo, mas em uma escala menor do que vinha ocorrendo e num patamar desejado pelo governo", disse em entrevista coletiva.

Mantega chamou a atenção também para o resultado primário do primeiro quadrimestre. "Foi um bom resultado e nós estamos acima das metas de primário estabelecidas, o que significa que a demanda do governo está moderada", afirmou. O ministro também ressaltou a expansão de 1,2% na Formação Bruta de Capital Fixo no primeiro trimestre. De acordo com ele, é um indicador de que a economia brasileira continua recebendo investimentos.

Arrecadação

O ministro da Fazenda também afirmou que a revisão do PIB de 5% para 4,5% neste ano não vai afetar a arrecadação. Segundo ele, a economia brasileira continua se formalizando e que boa parte da arrecadação do governo se deve a essa formalização do mercado de trabalho, assim como aos bons resultados dos governos e dos lucros das empresas.

Mantega destacou que o crescimento de 4,5% é excelente. "É que a gente se acostumou com crescimento de 5%, de 7,5% como foi no ano passado, e aí pensamos que 4,5% não é bom. Mas é um excelente resultado e leva a uma boa arrecadação", disse o ministro durante coletiva em que comentou o comportamento do PIB no primeiro trimestre.

Ele comemorou a desaceleração da economia em reação às medidas adotadas pelo governo e afirmou que no segundo trimestre, o PIB anualizado deverá ficar abaixo de 4,5%. No segundo semestre, Mantega até acredita que poderá haver alguma aceleração, mas em linha para que o PIB feche o ano em 4,5%.

Fonte: Estadão

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