quarta-feira, 5 de outubro de 2011

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS GREGOS SAEM ÀS RUAS CONTRA CORTES

A polícia usou gás lacrimogêneo nesta quarta-feira no centro de Atenas contra jovens que atiravam pedras, enquanto milhares de funcionários públicos em greve fizeram uma enorme passeata contra as medidas de austeridade fiscal adotadas pelo governo.

Voos foram suspensos, escolas cancelaram aulas, trens pararam, órgãos públicos fecharam e hospitais se restringiram ao atendimento de emergência por causa da greve nacional, a primeira em vários meses.

Sindicalistas disseram ser o início de uma grande campanha pela revogação das medidas implantadas no mês passado pelo Grécia para evitar a falência do país, culminando dois anos de aumentos tributários e cortes salariais.

A crise da dívida grega coloca em xeque a viabilidade da própria zona do euro, que reúne 17 países. Nesta semana, Atenas anunciou que não conseguiria cumprir sua meta de redução do déficit para 2011.

Milhares de funcionários públicos, pensionistas e estudantes participaram de uma manifestação pacífica, batendo tambores e agitando cartazes com os dizeres "Cancele a dívida!" e "Os ricos devem pagar". Eles fizeram uma passeata até a praça Syntagma, em frente ao Parlamento, onde era debatida a realização de um referendo sobre a resposta à crise fiscal.

Em meio aos protestos, um pequeno grupo de jovens quebrou o calçamento de mármore e passou a atirar pedaços de pedra nos policiais, que reagiram atirando granadas de gás.

Em junho, mais de cem pessoas haviam ficado feridas durante confrontos entre manifestantes e policiais na praça. Na quarta-feira, a polícia disse ter mobilizado mil agentes.

Apesar das novas medidas de austeridade exigidas pela UE e o FMI para liberar uma nova parcela do seu pacote de ajuda, nesta semana o governo anunciou que irá estourar em quase 2 bilhões de euros a sua meta de déficit, o que abalou os mercados globais.

Pesquisas mostram que quase quatro em cada cinco gregos preveem para os próximos meses uma moratória da dívida nacional.

As centrais sindicais Adedy e GSEE disseram que centenas de milhares de pessoas devem aderir à paralisação de quarta-feira. O setor privado não participa dessa greve, mas já confirmou a adesão à greve geral de 19 de outubro.

Fonte: Reuters

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