sábado, 26 de novembro de 2011

APÓS DESASTRE ECOLÓGICO, CHEVRON PRETENDE INVESTIR U$ 3 BILHÕES NO BRASIL

Apesar de ter tido atividades de exploração suspensas no Brasil, a norte-americana Chevron manifestou interesse de continuar participando dos leilões de blocos de petróleo no país, disse um alto executivo da companhia norte-americana nesta sexta-feira.

A afirmação foi feita embora não exista previsão de novas rodadas licitatórias, suspensas desde 2008 em meio a um processo de mudanças no marco regulatório para adequar o sistema às descobertas do pré-sal.

Segundo o presidente da companhia para a região de América Latina e África, Ali Moshiri, a Chevron pretende ainda investir 3 bilhões de dólares nos próximos três anos no Brasil. O valor supera os 2,1 bilhões de dólares que já foram investidos pela companhia no país desde 1997.

Segundo o executivo, estes recursos são destinados basicamente para o campo de Papa-Terra, também na bacia de Campos. Moshiri afirmou ainda que praticamente não há mais investimento previsto para o campo de Frade, uma vez que todo o desembolso planejado para este campo já havia sido feito.

"Pretendemos continuar participando de novas licitações de blocos exploratórios de petróleo no Brasil, se houver criação de valor e vantagens", afirmou ele em entrevista a jornalistas.

Sobre os projetos de perfuração da companhia, Moshiri afirmou que havia a intenção de ter um outro poço no campo de Frade, que chegaria à camada do pré-sal, e que está suspenso por ora. Mas acrescentou que a companhia pretende retomar este projeto quando a questão for resolvida.

DECISÃO PRECIPITADA

Ele disse ainda que "foi precipitada" a decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de suspender todas as operações de perfuração da petroleira.

O executivo afirmou que gostaria de ter participado da discussão que levou à suspensão da atividade de perfuração da companhia.

"Estou fisicamente no Brasil desde terça-feira, mas só recebi a notificação (de suspensão das perfurações) na quinta-feira. Neste período podíamos ter sentado e debatido as questões (técnicas)", disse Moshiri.

A ANP suspendeu as operações da Chevron na noite da última quarta-feira, após um vazamento de petróleo no campo de Frade, operado pela companhia na bacia de Campos.

Com relação a perdas decorrentes do fim das operações no poço, ele disse que foram cerca de 50 milhões de dólares em prejuízos. Deste total, 30 milhões de dólares foram gastos com operações de limpeza do óleo que vazou e o restante refere-se aos 20 milhões de dólares que já haviam sido gastos na perfuração do poço.

Na quinta-feira, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, Moshiri disse que a empresa seria "paciente" sobre o processo que apura o vazamento.

Em nota nesta sexta-feira, a ANP informou ter havido uma diminuição da mancha de petróleo na região do vazamento.

"No sobrevoo realizado ontem (24) por helicóptero da Marinha, com técnicos da ANP, foi verificada nova diminuição da mancha, que continua se afastando do litoral", afirmou a ANP em nota.

"A partir da observação visual, estima-se que ela esteja com 3,8 km de extensão e cerca de 1 km2 de área."

Na segunda-feira, segundo a ANP, a mancha tinha cerca de dois quilômetros quadrados. Ainda é possível notar o afloramento de óleo na superfície, acrescentou a agência.

"Reitera-se que, como o vazamento ocorreu a grande profundidade, o óleo leva tempo considerável para chegar do fundo do mar até a superfície. Assim, outras manchas que surjam não representam, necessariamente, um novo vazamento."

Fonte: Reuters

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