domingo, 20 de novembro de 2011

A ESPANHA VAI ÀS URNAS


Mariano Rajoy em evento de campanha

Eleitores espanhóis vão às urnas neste domingo para eleições gerais que devem substituir o atual governo socialista pelo conservador Partido Popular (PP), segundo apontam pesquisas de opinião.

A crise econômica, com índices recordes de desemprego, é apontada como principal fator para a prevista derrota dos socialistas que estão desde 2004 no poder.

O Partido Popular, liderado por Mariano Rajoy, conquistou apoio ao prometer romper com a política econômica e reduzir a taxa de mais de 21% de desemprego.

As pesquisas de opinião sugerem que o PP deve obter maioria absoluta no Parlamento.

A última pesquisa do estatal Centro de Investigações Sociológicas (CIS) prevê que os conservadores elejam 195 dos 350 deputados do Parlamento. Os socialistas (do PSOE), chegariam a 121, seu pior resultado desde 1977.

A estimativa do instituto de pesquisas Metroscopia para o jornal El País dá 44,8% ao PP e 30% ao PSOE.

Apesar da ampla margem de intenção de votos, o candidato conservador não provoca muito entusiasmo entre a população. Segundo a pesquisa do CIS, Rajoy inspira "pouca" ou "nenhuma" confiança em 71,3% dos entrevistados. Quase alcançando o primeiro-ministro Zapatero, que supera os 80%.

Críticas

Rajoy, de 55 anos de idade, não deu muitos detalhes sobre seu plano de austeridade, mas analistas acreditam que medidas devem ser adotadas rapidamente, para tranquilizar os mercados de que o país pode honrar suas dívidas.

O líder do PP, que evitou as entrevistas coletivas durante a campanha e participou de um único debate com o candidato socialista Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que a solução para sair da crise é "fazer as coisas bem, e o PP fará as coisas bem".

Rajoy indicou que pretende introduzir reformas trabalhistas, controlar o déficit público e apoiar pequenos empresários.

Mas a falta de uma proposta ampla e clara gerou críticas dentro e fora da Espanha. A revista britânica The Economist o chamou em uma legenda de foto de "o homem que não tem nada a dizer".
'Resultado desastroso'

Os socialistas tentam evitar uma derrota por uma diferença muito grande. Na prévia de maio, nas eleições para os governos regionais, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), partido que dirige a Espanha há quase oito anos, teve o pior resultado de sua história.

O PP, dos conservadores, passou a governar em 11 das 17 comunidades autônomas (equivalentes aos Estados brasileiros).

A estratégia de campanha do PSOE foi isolar o primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero, que avisou que abandonará a política depois das eleições e preferia receber todas as críticas pela crise, para preservar ao máximo o candidato de seu partido, Alfredo Pérez Rubalcaba.

O veterano Rubalcaba, ex-ministro no governo de Felipe González (1982-1996), foi escolhido em julho para a candidatura e tenta se esquivar da herança da crise com propostas como criar um imposto para ricos, eliminar cargos públicos e a introdução de incentivos à criação de pequenas empresas com isenções fiscais.

Segundo os analistas, o maior problema dos socialistas é o alto índice de eleitores que dizem optar pela abstenção na hora do voto. Ao contrário do Partido Popular, que confia no voto de seu eleitor tradicional, o PSOE teme que seus eleitores habituais, desencantados, optem por não votar.

Fonte: BBC Brasil

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