terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SÍRIOS FAZEM PROTESTO ANTI-ASSAD

Dezenas de milhares de sírios fizeram uma manifestação na terça-feira em Homs contra o presidente Bashar al-Assad, encorajados pela primeira visita dos monitores de paz árabes pela cidade, depois que o Exército retirou alguns tanques após confrontos que mataram 34 pessoas em 24 horas.

"Há ao menos 70 mil manifestantes. Eles estão marchando em direção ao centro da cidade e as forças de segurança tentam contê-los. Eles estão disparando gás lacrimogêneo", disse à Reuters Rami Abdelrahman, do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha.

Os observadores querem determinar se Assad está mantendo a promessa de colocar em ação um plano de paz para pôr fim à sua repressão contra nove meses de revoltas que geraram um levante armado, empurrando o país para a guerra civil.

Alguns manifestantes gritavam "queremos proteção internacional" em um vídeo postado no YouTube aparentemente mostrando um encontro com os observadores da Liga Árabe nas ruas, onde moradores argumentavam e pediam que entrassem no bairro de Baba Amr, onde os confrontos foram especialmente duros.

Há barulho de tiros no final do vídeo, depois que um morador gritou para que um monitor repetisse o que havia acabado de dizer ao seu QG.

"Você está dizendo ao chefe da missão que não pode atravessar para a segunda rua por causa do tiroteio. Por que você não nos diz isso?", gritou o homem, segurando o monitor não identificado pelo casaco.

Ouvem-se disparos nas proximidades enquanto dois monitores e dois homens com roupas cor de laranja permanecem em meio à multidão. Um morador pede que a equipe "venha e veja; eles estão nos massacrando, eu juro".

Damasco proibiu a entrada no país da maioria dos jornalistas estrangeiros, dificultando a checagem dos acontecimentos locais.

O chefe da missão disse que a primeira visita foi "muito boa".

"Estou voltando a Damasco para reuniões e retornarei a Homs amanhã", disse o general sudanês Mustafa Dabi. "A equipe permanece em Homs. Hoje foi muito bom e todos os lados responderam bem."

Relatos de ativistas divulgados pouco antes da chegada dos monitores diziam que uma dezena de tanques foi vista deixando Baba Amr, um dos bairros mais fortificados de Homs, mas que outros permaneciam escondidos.

"Minha casa está na entrada oriental de Baba Amr. Eu vi pelo menos seis tanques deixarem o bairro por volta das 8 da manhã", disse à Reuters, por telefone, Mohamed Saleh. "Não sei se outros permanecem na área".

A TV Aljazeera mostrou o que estima-se ser 20 mil sírios em uma praça em Khalidiya, um dos quatro distritos onde houve derramamento de sangue após rebeldes terem enfrentado forças de segurança com tanques.

Centenas de pessoas foram mortas em Homs durante a revolta. A Organização das Nações Unidas (ONU) dizem que pelo menos 5 mil pessoas foram mortas na Síria desde o início dos protestos, em março.

Assad está isolado internacionalmente. As potências ocidentais e seus vizinhos, Turquia e Jordânia, pediram que ele renunciasse, pondo fim a uma dinastia que está há 41 anos no poder. Ele alega estar lutando contra o terrorismo islâmico, instigado do exterior.

Na fronteira com a Turquia, as forças sírias mataram vários homens de um "grupo terrorista armado" que tentavam entrar na Síria, disse a agência de notícias estatal Sana na terça-feira.

A fronteira norte tornou-se a rota para infiltração de desertores do Exército que lutam para derrubar Assad.

"Forças especiais foram capazes de matar e ferir vários homens armados e confiscaram algumas armas, munição, uniformes do Exército, ferramentas de comunicação e carteiras de identidade falsas", disse a Sana.

A agência também divulgou que "um grupo terrorista armado alvejou e sabotou um gasoduto perto de Rastan na província de Homs" na terça-feira. O gasoduto havia sido.

Fonte: Reuters

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