sexta-feira, 23 de março de 2012

DEMÓSTENES TAMBÉM PEDIA QUE CONTRAVENTOR PAGASSE SUAS CONTAS, REVELA PF

Além do telefone especial e de uma ‘linha quente’ para falar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) também pedia dinheiro emprestado ao contraventor, acusado de ser o chefão do jogo do bicho e da exploração de caça-níqueis no Estado de Goiás. A constatação é da Polícia Federal que, nesta sexta-feira, divulgou parte das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. O relatório com as gravações e outros indícios de envolvimento do senador com o crime organizado já está em poder da Procuradoria Geral da República desde 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, ainda não se pronunciou sobre o caso.

Demóstenes
Ainda segundo o relatório, os Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) também mantinham estreitas ligações com Cachoeira. Eles e o senador Demóstenes Torres estavam na mira da PF três anos antes da deflagração da Operação Monte Carlo, que revelou a rede de crimes em que estes parlamentares estão envolvidos. Uma das gravações obtidas com o consentimento judicial revela o pedido de Demóstenes para que Cachoeira pagasse “uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil”. Ainda segundo o relatório, os agentes federais apuraram que o bicheiro era uma espécie de confidente do senador, sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Por seu currículo, no qual consta o cargo de secretário de Segurança de Goiás, Demóstenes costumava participar de discussões decisivas, sobretudo quando o assunto envolvia ações policiais contra o crime organizado.
 
As investigações da PF, iniciadas em 2009, também provam que Demóstenes portava um rádio Nextel “habilitado nos Estados Unidos”, o que em tese dificultaria o grampo por parte da Justiça, para os contatos secretos com Cachoeira. As conversas entre os dois eram “frequentes”, segundo os agentes responsáveis pela investigação. O relatório da PF também mostra que Cachoeira e os deputados Leréia e Sandes Júnior eram muito próximos. Leréia era outro que usava um Nextel nas conversas secretas com o contraventor.

Fonte: Correio do Brasil

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