sábado, 10 de março de 2012

ONU E OXFAM ADVERTEM PARA NOVA CRISE DE FOME NA ÁFRICA

Um grupo internacional de ajuda humanitária advertiu nesta sexta-feira sobre um crescente risco de fome no oeste e centro da África, entre desconcertantes relatórios que dão conta de populações locais que atacam formigueiros para tomar a comida armazenada pelos insetos.

"Uma mistura letal de seca, alto preço da comida, pobreza arraigada e conflitos regionais estão por trás desta crise" que atinge a República do Chade, Burkina Faso, Nigéria, Mali, Mauritânia e o norte do Senegal, afirmou a organização humanitária internacional Oxfam.

A ONG afirma que 13 milhões de pessoas estão em risco na região do Sahel, a menos que se atue rapidamente. A ONU fez um alerta internacional para arrecadar 720 milhões de dólares para os países do Sahel, enquanto a Oxfam afirma que precisa de 38 milhões de dólares para 1 milhão de pessoas em situação de maior risco.

A crise "pode se elevar a uma situação de emergência humanitária total" caso não sejam tomadas medidas urgentes, afirmou a Oxfam em comunicado.

As taxas de desnutrição em algumas áreas de Chade, Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Nigéria e norte do Senegal ultrapassaram o patamar de emergência de menos de 15%. Mais de 1 milhão de crianças estão em risco de padecer de desnutrição severa, completou a organização.

"Em algumas partes do Chade, alguns habitantes locais se viram obrigados a atacar formigueiros para juntar o grão que as formigas acumularam. Afirmam que se não receberem ajuda, terão de deixar seus povoados em um mês", afirmou a Oxfam.

A Oxfam afirma que os preços da comida aumentaram notavelmente nos últimos 12 meses e poderão subir até 30%, no pico da época de fome, julho.

Por sua vez, a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) da ONU afirma que a produção agrícola nos países do Sahel caiu 25% no ano passado e que a Mauritânia registrou uma redução de 52% em sua colheita e o Chade, 50% em relação ao ano passado.

A ONU explica que os conflitos rebeldes no Mali e outros países pioraram a crise.

Mais de 170.000 pessoas abandonaram seus lares desde janeiro no Mali pelos confrontos entre o exército e os rebeldes tuareg, afirmou a ONU na quinta-feira. Quase 50.000 o fizeram nas últimas duas semanas.

Fonte: AFP

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