quinta-feira, 19 de abril de 2012

FMI DIZ TER LEVANTADO US$ 320 BILHÕES EM NOVOS RECURSOS

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou na quarta-feira que levantou 320 bilhões de dólares até agora em uma tentativa de impulsionar seu poder de fogo para lidar com a crise da dívida da zona do euro, com a Polônia e a Suíça juntando-se aos esforços.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que recebeu compromissos de 34 bilhões de dólares na quarta-feira, incluindo 8 bilhões de dólares da Polônia e uma "quantia substancial" da Suíça.

"Garantir que o Fundo tenha recursos suficientes para lidar com as crises e promover a estabilidade econômica global é do interesse de todos os membros", disse ela em comunicado.

Lagarde espera garantir pelo menos 400 bilhões de dólares em compromissos de autoridades financeiras de todo o mundo, que se reúnem nesta semana em Washington em uma cúpula do G20 -grupo formado pelas principais economias do mundo-, FMI e Banco Mundial.

A questão ganhou nova urgência dados os elevados custos de empréstimos na Espanha e Itália, o que reacendeu os temores de que a crise da zona do euro possa ganhar nova vida, afetando a recuperação econômica global.

Os Estados Unidos recusaram-se a fornecer novos fundos, afirmando que fizeram sua parte ao garantir a liquidez do dólar para bancos na Europa, mas deu seu apoio ao esforço para levantar fundos na quarta-feira.

"Na verdade damos apoio ao processo e daremos apoio nesta semana", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, evitando a retórica sobre necessidade de a Europa precisar antes fazer mais para levantar seu próprio muro de proteção financeira.

A Europa já havia dito que forneceria cerca de 200 bilhões de dólares ao FMI e o Japão prometeu 60 bilhões na terça-feira, tornando-se a primeira nação não-europeia a fazer um comprometimento de recursos.

A Suécia disse que forneceria 10 bilhões de dólares e elevou o volume depois para 14,7 bilhões, enquanto a Dinamarca disse que daria 7 bilhões de dólares. A Noruega prometeu 9,3 bilhões de dólares.

O esforço para ampliar os cofres do FMI deve dominar a reunião de autoridades do G20 -grupo formado pelas principais economias do mundo- na quinta e sexta-feira.

Falando na Brookings Institution, Geithner afirmou que os compromissos que já surgiram devem mostrar aos mercados financeiros que o Fundo consegue angariar capital rapidamente quando necessário, perspectiva que deve aliviar o nervosismo relacionado à crise.

ESPERANÇA DE ACORDO

Apesar de a Europa ter ganhado alguns elogios pelas ações que adotou para construir suas próprias defesas visando a conter os problemas relacionados à dívida, o FMI alertou nesta semana que a crise ainda é a maior ameaça à economia mundial.

"A solução das questões na Europa não tem a ver com um firewall, tem a ver com decisões que serão tomadas na Europa sobre um período de tempo; e são as ações europeias que serão decisivas aqui, em oposição ao dinheiro de fora", disse o presidente do Banco Central do Canadá, Mark Carney, em entrevista à imprensa. Como os EUA, o Canadá descartou dar mais dinheiro ao FMI.

No México, o ministro das Finanças, José Antonio Meade, mostrou-se otimista com um acordo para mais dinheiro ao FMI. Ele disse que os compromissos feitos por Japão, Suécia e Dinamarca são um sinal de bom avanço -uma declaração potencialmente significativa uma vez que o México, como presidente do G20 neste ano, tem a chance de formatar não apenas a agenda, mas também o resultado das negociações deste ano.

Uma série de economias emergentes, incluindo Brasil, China e Rússia, tem adotado a cautela em relação a fornecer mais dinheiro ao FMI. Elas querem compromissos de que os novos recursos serão acompanhados por mais poder de voto na instituição.

Fonte: Reuters

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