quinta-feira, 8 de julho de 2010

FMI RECOMENDA REMÉDIO AMARGO PARA O TIO SAM

O governo Obama deve tomar medidas mais agressivas - incluindo aumento da receita de impostos - para conter o déficit orçamentário e a dívida pública dos Estados Unidos sem prejudicar a recuperação do crescimento, de acordo com avaliação do Fundo Monetário Internacional.

Segundo o relatório do FMI, a perspectiva para a economia norte-americana melhorou, mas o governo está usando concepções exageradamente otimistas em seu plano para cortar o déficit até 2013 e estabilizar a dívida pública em 70% do produto interno bruto até 2015. As atuais políticas elevarão a dívida a 95% do PIB em 2020, prevê o Fundo.

Alguns ajustes podem ser obtidos por meio de cortes de gastos, mas o FMI também destacou que alguma forma de aumento de imposto será necessária - colocando um duro desafio para os políticos norte-americanos, geralmente pouco afeitos a elevação de impostos. Os possíveis alvos, diz o fundo, incluem a popular dedução para juros sobre hipotecas, aumento de impostos de energia ou a imposição de um imposto nacional de consumo ou sobre atividade financeira.

"O tempo e a composição do ajuste precisam ser cuidadosamente delineados para minimizar o impacto na demanda ao mesmo tempo assegurando a credibilidade", diz o relatório. O FMI endossou o plano de redução de 2% no déficit no orçamento do governo para o ano fiscal de 2011, mas afirmou isso deve ser seguido por um compromisso com outros passos nos próximos anos e medidas para lidar com os crescentes gastos com benefícios sociais.

O FMI elevou sua previsão de crescimento para os Estados Unidos para 3,3% em 2010 e 2,9% em 2011, ante estimativas feitas em abril de 3,1% em 2010 e 2,6% em 2011. Mas alertou que o possível impacto dos problemas com dívidas soberanas na Europa podem aumentar os riscos (de recessão).

Considerando que o dólar está agora "moderadamente supervalorizado em uma perspectiva de médio prazo", o FMI afirmou que outros países precisarão permitir maior flexibilidade de taxa de câmbio ou apreciação - uma possível referência ao forte controle de câmbio na China.

Deu no Estadão

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