sábado, 29 de janeiro de 2011

ALEMANHA EXIGE REFORMA TRIBUTÁRIA NA GUATEMALA

O governo alemão juntou-se aos organismos internacionais que pediram a Guatemala que implemente a sua reforma fiscal, a fim de que seja aumentada a carga tributária em torno de 10%.
Hans-Jürgen Beerfeltz, vice-ministro de Cooperação da Alemanha, está a três dias na Guatemala para visitar projetos financiados por eles, e para dialogar com empresários, partidos de oposição e com o Presidente Álvaro Colom, a quem expressou preocupação com a carga tributária.
Beerfeltz informou ontem que os políticos dizem "esperar" que seja tomada uma iniciativa para a realização da reforma, e que não pode ser para depois da próxima eleição.
"Caso isso não aconteça, a Alemanha deve considerar a possibilidade de não prosseguir cooperando para o desenvolvimento da Guatemala", disse ele em entrevista coletiva.
O diplomata criticou afirmando que enquanto na Alemanha a carga tributária é de 38 por cento na Guatemala é de 10 por cento, e qualificou "excessivas" as isenções e devoluções do dinheiro pago em impostos.
"Esses números são para as condições para países Africanos e não podemos mais aceitar isso em nossa cooperação para o desenvolvimento", disse Beerfeltz.
Recursos em risco
Na última negociação intergovernamental, a Alemanha liberou Q800 milhões (R$168 milhões) para o país, no âmbito da Cooperação Bilateral para o Desenvolvimento, afirmou o vice-ministro alemão.
Karin Slowing, secretária de Planejamento e Programação da Presidência, disse que o país trabalha para fortalecer os municípios, desenvolvimento rural, educação e apoio a projetos regionais.
"Por exemplo, na questão ambiental, apoiar a troca de dívida pela conservação da floresta", disse Slowing.
Beerfeltz disse: "Nós quase já não conseguimos explicar ao contribuinte alemão o motivo de apoiarmos aqui na Guatemala, com mais de Q800 milhões, um país muito próspero, com pessoas que também devem contribuir."
Além disso, também afirmou que se reuniu com Otto Pérez, possível candidato à Presidência nas próximas eleições pelo Partido Patriota (PP).
"O PP está disposto a se sentar e conversar sobre isso, porque estamos conscientes da necessidade de aumentar os impostos, sem remendos como fez o Governo, mas combatendo a sonegação fiscal e o contrabando, e retomar o pacto fiscal assinado em 2000 ", explicou Perez.
O líder do PP disse que iria ser difícil conseguir a concordância de todos, porque "o governo não tem credibilidade e está desgastado".
Rejeitar condição
Dirigentes de vários setores empresariais rejeitaram a condição imposta pelo governo alemão.
Javier Zepeda, diretor-executivo da Câmara da Indústria, disse: "Eu não sei que tipo de reforma ele está pensando ou o governo alemão. Eu acho que isto é uma questão interna do país,  e que eles não podem condicionar a ajuda, no entanto nós respeitamos seu ponto de vista. "
Fonte: Prensa Libre

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