sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MUBARAK SE PREPARA PARA A SEXTA-FEIRA DA IRA

O Egito montou um esquema de segurança no Cairo e bloqueou sites da Internet e o sistema de telefonia celular para tentar desarticular a "sexta-feira da ira" convocada por manifestantes que querem derrubar o presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.

Inspirados pela revolta popular que derrubou o governo da Tunísia neste mês, os egípcios têm realizado protestos desde terça-feira, e pela Internet ativistas convocaram cristãos e muçulmanos para voltar às ruas após as preces de sexta-feira. Centenas de pessoas já foram presas nesta semana, e pelo menos cinco morreram.
Egípcio passa por cordão de policiais antidistúrbios em uma ponte de Cairo; relatos de confrontos violentos
Os jovens manifestantes se queixam do desemprego, da inflação, da corrupção e do autoritarismo do governo. São queixas semelhantes às que levaram à rebelião na Tunísia, e que também desencadearam protestos em países como Argélia e Iêmen.

"A inflação exauriu o povo. Os preços da comida, do combustível, da eletricidade e do açúcar estão subindo... Os ricos ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres", disse um taxista, que não quis dizer seu nome. "Só Deus sabe o que vai acontecer hoje. Após a Tunísia, tudo é possível."

Servidores egípcios de Internet foram bloqueados em todo o país logo depois da meia-noite, privando os ativistas de uma ferramenta essencial para a mobilização - durante a semana, a rede social Facebook foi o principal instrumento para a convocação dos protestos de sexta-feira.

A telefonia celular e as mensagens de texto também funcionavam de forma intermitente.

Membros do proscrito grupo oposicionista Irmandade Muçulmana, inclusive oito dirigentes e seus principais porta-vozes, foram detidos durante a noite. Uma fonte oficial de segurança disse que as autoridades ordenaram que o grupo seja reprimido.

O governo acusa a Irmandade de tentar explorar os protestos juvenis em prol da sua "agenda oculta". O grupo islâmico afirma estar sendo usado como bode expiatório.

Preparando-se para os novos protestos, caminhões da polícia ocuparam as ruas que dão acesso à praça Tahrir, no centro do Cairo, cenário de confrontos violentos nesta semana.

Caminhões de bombeiros capazes de disparar jatos de água também estão estacionados em locais que podem reunir manifestantes, como os arredores da mesquita Al Azhar e do palácio presidencial.

Fonte: Reuters

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