quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UNIÃO AFRICANA EXPLICA A CRISE NA COSTA DO MARFIM

O vice-presidente da Comissão da União Africana, Erastus Mewencha, reagiu, ontem, ao posicionamento do presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, que se mostra insatisfeito com a mediação do primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, no conflito pós-eleitoral entre Gbagbo e Alassane Ouattara. 

Alassane foi proclamado vencedor das eleições presidenciais de 28 de Novembro passado pela Comissão Eleitoral Independente e reconhecido pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional. Falando à margem das atividades da Cimeira da União Africana que decorre em Addis Abeba, capital etíope, desde 21 de Janeiro, Mewencha disse que a mediação de Odinga foi consentida pelo próprio Gbagbo, sendo que em nenhum momento a União Africana forçou o envio de Odinga sem o consentimento das partes envolvidas no conflito.

Mewencha respondia, assim, às perguntas de jornalistas quanto ao impasse negocial colocado por Laurent Gbagbo, segundo o qual Raila Odinga não tem qualificações nem moral para resolver o problema da crise que se vive na Costa do Marfim.

O vice-presidente da comissão da UA acrescentou, ainda, que para a indicação de Odinga foram chamadas as partes e, por vontade expressa destas, a UA tomou a decisão que tomou. “O próprio Gbagbo foi ouvido e, pela sua própria boca, aceitou que Raila Odinga encabeçasse a equipe de negociação para ultrapassar o diferendo que o opõe ao seu opositor político Alassane Ouattara”, disse Mewencha.

“Provavelmente, Gbagbo, a esta altura, tenha pensado que a mediação de Odinga lhe traria vantagens, e agora sente-se traído, por isso, reagiu desta forma. Neste momento, entende que Odinga não é a melhor pessoa para a mediação. Está no seu direito”, rematou Mewencha.

O vice-presidente da comissão da UA destacou, ainda, que em qualquer mediação há custos. Daí que, de qualquer maneira, a negociação da crise costa-marfinense tem que ferir alguns.

Mewencha afirmou, mais adiante, que a UA não cometeu nenhum erro ao enviar à Costa de Marfim um político cuja história do seu país não é exemplo de paz. A questão do conflito pós-eleitoral de 2007, entre Raila Odinga e o presidente queniano Mwai Kibaki, não pode ser considerado para o caso em apreço. “Não é o Quénia que está mediando o conflito, mas um queniano. O fato da África ter problemas, não significa que os africanos não possam mediar os conflitos na África”, rematou.

Analisando o percurso da UA, Erastus Mewencha apontou os avanços na implementação do Plano Estratégico da União Africana 2009-2012. De acordo com a fonte, o continente africano conseguiu superar, acima de qualquer outro continente no mundo, a crise econômica mundial. No ano passado, o continente assinalou um crescimento considerável nas áreas da agricultura, recursos humanos, paz e segurança, infra-estruturas, bem como indústria e comércio.

Fonte: O País online

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