sábado, 19 de fevereiro de 2011

REBELDES DO PT SERÃO PUNIDOS

Isolado após votar contra a proposta do governo que fixava em R$ 545 o novo valor do salário mínimo, o deputado Francisco Praciano (PT-AM) disse não temer retaliações dentro do partido, mesmo tendo seguido as centrais sindicais, que insistiam em R$ 560. Na última quarta-feira (16), quando o projeto foi aprovado pela Câmara, ele e o colega Eudes Xavier (PT-CE) foram os dois únicos petistas dissidentes e, agora, correm os riscos de serem punidos pelo comando da legenda.

Em entrevista ao R7, Praciano negou o rótulo de “rebelde do PT”, argumentando que foi favorável à proposta do governo que estabelecia regras para o reajuste anual. Ele, porém, esclareceu porque discordou em relação ao valor.


- A proposta das centrais sindicais era bastante razoável porque, afinal, era um adiantamento de apenas R$ 0,50 por dia [em comparação com os R$ 545]. E, além disso, eu me senti constrangido [de não brigar por um reajuste maior], depois de acabar de receber um salário com um belíssimo aumento.

Praciano se refere ao aumento de 62% sobre os salários dos parlamentares, aprovado de forma “relâmpago” pela Câmara e pelo Senado em dezembro do ano passado. Nas duas Casas, a votação que elevou a remuneração mensal parlamentar de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil durou cerca de dez minutos – contra cerca de onze horas de sessão para aumentar o mínimo de R$ 540 para R$ 545.

- Mas eu não posso ser classificado como um rebelde do PT, porque eu sempre apoiei o governo do Lula, e apoio o governo da Dilma. Houve um diálogo na bancada, sem pressão, e eu quis votar com o trabalhador.

Na próxima terça-feira (22), o comando do PT na Câmara realizará pelo menos três reuniões para definir a punição dos dissidentes. Procurado pela reportagem na sexta-feira (18), o deputado Xavier disse, por meio de sua assessoria, que só falaria à imprensa após as reuniões.

Além de Praciano e Xavier, outros seis deputados petistas que não comparecem à votação também estão na mira da cúpula petista, constrangida após o placar da última semana, quando 100% do PMDB – partido do vice-presidente Michel Temer – apoio a proposta.

De acordo com um cacique do partido, a punição ainda não foi definida, mas a retaliação é certa. Para o PT, os correligionários não poderiam ter arriscado uma derrota à presidente Dilma Rousseff em seu primeiro teste na Casa.

- Vão sofrer retaliações os dois deputados que votaram contra e os outros que faltaram, sem dúvidas.

Além de pensar na punição aos dissidentes da Câmara, o PT também estuda como convencer os aliados no Senado que demonstraram preferência pela proposta de R$ 560, como o petista Paulo Paim (RS).

Fonte: R7

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