Anwar al-Awlaki, um clérigo nascido nos Estados Unidos e ligado a Al Qaeda, foi morto em um ataque aéreo da CIA no Iêmen na sexta-feira, disseram autoridades norte-americanas, retirando um importante "terrorista global" da lista de procurados dos EUA.
A morte de Awlaki tira da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP), baseada no Iêmen, um eloquente propagandista em inglês e árabe, que foi implicado em ataques contra os EUA.
No início de sua carreira, Awlaki pregava em mesquitas nos EUA frequentadas por alguns dos sequestradores nos ataques de 11 de setembro de 2001 lançados pela Al Qaeda, cujo líder, Osama bin Laden, foi morto em um ataque norte-americano contra seu esconderijo no Paquistão em maio.
A morte de Awlaki pode ajudar o presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega iemenita, Ali Abdullah Saleh, que se mantém no poder apesar de meses de protestos populares, violência de facções e pressão internacional.
Uma aeronave norte-americana não tripulada atacou, mas não conseguiu matar, Awlaki em maio. Os EUA aumentaram esse tipo de ataque no Iêmen para tentar tirar o equilíbrio da Al Qaeda e evitar que a organização capitalizasse com o caos na nação que faz fronteira com o gigante do petróleo Arábia Saudita e fica perto de rotas de navio importantes.
"O terrorista al-Awlaki foi morto junto com alguns de seus companheiros," disse o Ministério da Defesa do Iêmen.
Uma autoridade iemenita disse que Awlaki havia sido localizado graças a informações obtidas de um militante da AQAP detido.
Uma importante autoridade norte-americana disse que Awlaki havia orquestrado ataques contra interesses norte-americanos como "chefe das operações externas" da AQAP.
"Awlaki desempenhou um papel operacional significante na tentativa de ataque contra uma empresa aérea norte-americana em dezembro de 2009 (e) ajudou a supervisionar o plano de outubro de 2010 de detonar dispositivos explosivos a bordo de uma aeronave norte-americana," disse a autoridade.
Washington também ficou sabendo que Awlaki tentou usar veneno, incluindo cianeto e ricina, para atacar ocidentais e trocou e-mails com um psiquiatra militar norte-americano mais tarde acusado de matar 13 pessoas na base militar de Fort Hood, no Texas, em 2009.
A AQAP, que se estabeleceu no Iêmen depois de a Arábia Saudita ter derrotado uma violenta operação da Al Qaeda de 2003 a 2006, surgiu como um dos ramos mais ambiciosos da rede, tentando, embora de maneira frustrada, atacar alvos norte-americanos e sauditas.
A Al Qaeda de Bin Laden deixou sua primeira marca no Iêmen com um ataque que matou 17 marinheiros norte-americanos no navio de guerra Cole no porto de Áden em 2000.
Uma autoridade da área de segurança iemenita disse que Awlaki, de 40 anos, que tem descendência iemenita, foi atingido em um ataque aéreo matutino na província de al-Jawf, no norte, perto da Arábia Saudita. Ele disse que quatro supostos membros da Al Qaeda foram mortos com ele.
A embaixada do Iêmen em Washington disse que Awlaki foi morto 8 quilômetros da cidade de Kashef, na província de Jawf, cerca de 140 quilômetros a leste de Sanaa, por volta de 9h55 (horário local).
A AQAP não admitiu a morte de Awlaki. Geralmente leva alguns dias para que a rede coloque na Internet uma resposta a tais mortes.
Fonte: Reuters
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