terça-feira, 3 de janeiro de 2012

IRÃ FAZ AMEAÇA AOS EUA CASO ESTES VOLTEM AO GOLFO PÉRSICO

O chefe do Exército iraniano advertiu nesta terça-feira que o país vai agir se um porta-aviões dos Estados Unidos retornar ao Golfo Pérsico. O porta-aviões deixou a região por causa de manobras navais iranianas, encerradas na segunda-feira após dez dias.

Irã
Imagem divulgada por agência iraniana mostra míssil Ghader de longo alcance que teria sido lançado durante manobras navais

–O Irã não vai repetir sua advertência. Recomendo e enfatizo que o porta-aviões americano não retorne ao Golfo Pérsico–, disse o comandante Ataollah Salehi, segundo a agência oficial Irna. Salehi não citou o nome do porta-aviões nem deu detalhes sobre o tipo de medidas que o Irã poderia adotar se ele retornar à região.

As manobras navais foram a mais recente demonstração de força do governo iraniano em meio à crescente pressão internacional contra o país por causa de seu programa nuclear. Durante os exercícios militares, o Irã anunciou ter testado com sucesso um míssil de cruzeiro terra-mar de longo alcance. O míssil Ghader teria um alcance de 200 km, suficiente para atingir alvos no Golfo.

A Rússia reagiu à notícia com ceticismo. “O Irã não possui a tecnologia para criar mísseis balísticos de médio ou longo alcance intercontinentais”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, Vadim Koval, à agência de notícias Interfax. “E não os terá durante muito tempo”.

Na segunda-feira o governo iraniano voltou atrás na ameaça de interromper o tráfego no estreito de Ormuz, que havia sido feita na última semana. Um alto oficial da Marinha, almirante Mahmoud Mousavi, afirmou que o país não pretende fechar a importante rota marítima do petróleo que vai do Golfo Pérsico para os países ocidentais.

A ameaça à rota marítima foi feita após o anúncio de novas sanções dos Estados Unidos ao sistema financeiro do Irã na última semana. O governo disse que impediria a passagem de navios petroleiros pelo estreito caso os países ocidentais impusessem sanções à exportação do petróleo iraniano.

França defende sanções

Nesta terça-feira, o chanceler francês, Alain Juppé, afirmou que a França está convencida de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares e deve enfrentar novas sanções da União Europeia. Teerã insiste que seu programa nuclear atende somente a propósitos pacíficos e que precisa de tecnologia nuclear para suprir sua demanda interna de eletricidade.

–O Irã está buscando desenvolver armas nucleares, não tenho dúvidas quanto a isso–, afirmou Juppé em entrevista ao canal I-Tele. “O último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica é explícito quanto a isso”, acrescentou, em referência a um documento divulgado no ano passado.

Juppé disse esperar que a União Europeia tome uma atitude similar aos Estados Unidos e aprove novas sanções contra o Irã até o fim do mês. Segundo ele, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, já propôs congelar os bens do Banco Central iraniano e determinar um embargo nas exportações de petróleo.

Também nesta terça-feira, o Irã pediu à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que apresentasse uma proposta de data e lugar para o reinício das negociações nucleares entre Teerã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, China e Alemanha), interrompidas a um ano.

–Quando a data e o local forem anunciados, a equipe de negociadores apresentará seu ponto de vista e teremos um acordo final entre as duas partes–, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iranianos, Ramin Mehmanparast.

O porta-voz de Ashton, Michael Mann, respondeu dizendo que antes de qualquer coisa o Irã deve responder a uma carta enviada pela UE em outubro. “A bola está no campo iraniano”, afirmou.

América Latina

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fará a partir do próximo domingo uma viagem de cinco dias pela América Latina, passando pela Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador, igualmente informou a Irna.

Ahmadinejad viajará acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi; do ministro de Comércio, Indústria e Minas, Mehdi Gazanfari; de Energia, Majid Namjoo, indicou o diretor-geral de Assuntos Internacionais do gabinete do presidente iraniano, Mohammed Reza Forghani.

Durante sua estadia em Caracas, Ahmadinejad se reunirá com o presidente venezuelano, Hugo Chávez e na Nicarágua assistirá a posse do presidente Daniel Ortega, detalhou Forghani. Depois vai a Cuba e, por último, ao Equador.

Fonte: Correio do Brasil

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