sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

NÚMERO DE MULTAS QUASE DOBROU EM SÃO PAULO EM 2011

Os motoristas de São Paulo precisam ficar mais atentos aos limites de velocidade, que vêm diminuindo em diversas vias da capital desde abril. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelam que o número de multas por excesso de velocidade quase dobrou em 2011 na cidade no comparativo com igual período do ano anterior. De janeiro a novembro, foram 3.022.187 autuações, ante 1.700.414 registros nos mesmos meses de 2010, alta de 77%.

Com isso, pela primeira vez em anos, essa infração desbancou o rodízio como a penalidade de trânsito mais flagrada em vias paulistanas. Especialistas afirmam que o programa da Prefeitura para reduzir a velocidade máxima permitida ajuda a explicar o fenômeno. Até agora, 255 km de ruas e avenidas já tiveram o limite diminuído de 70 km/h para 60 km/h.

“O problema é que as pessoas dirigem de forma distraída, sem prestar atenção à sinalização, porque as placas com os novos limites de velocidade foram mudadas direitinho”, diz o consultor de tráfego Horácio Augusto Figueira.

O engenheiro de trânsito Sergio Ejzenberg, ex-funcionário da CET, avalia que o hábito de guiar a até certa velocidade faz com que condutores cometam a infração. “Muitas vezes você está andando em um limite que sempre respeitou, mas, de repente, ele muda. Isto gerou a enxurrada de multas.”

Ele diz que, em alguns casos, como no da Avenida dos Bandeirantes, zona sul, a alteração ocorreu de maneira muito rápida, dando poucos dias para que os motoristas se adaptassem ao novo limite.

O vendedor Maurício Rodrigues, de 50 anos, diz que foi multado na Avenida Aricanduva, zona leste, por causa da redução do limite de velocidade. Ele foi flagrado por um radar a 72 km/h, 12 acima do permitido. “Não sabia que tinha mudado. Não vi placa de velocidade.” Segundo ele, as pessoas costumam acelerar ali à noite, devido à falta de iluminação.

Para a CET, o crescimento expressivo das multas por desrespeito ao limite de velocidade pode ser atribuído a ampliação da fiscalização eletrônica. Em 2011, passaram a funcionar mais 14 aparelhos fixos, ampliando o número de equipamentos para 576. Além disso, o órgão entende o aprimoramento tecnológico dos radares – “que permitiu um ganho na qualidade das imagens das infrações registradas” – também contribuiu para o aumento das multas.

A companhia alega ainda que as autuações vinham subindo antes do início da diminuição das velocidades. Ejzenberg também crê que a operação de mais radares contribuiu para o número de multas subir. “É outro fator importante.”

O aumento da frota de veículos também deve ser considerado, segundo interpretação de Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans). De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), a capital ganhou cerca de 204 mil veículos entre novembro de 2010 e o mesmo mês do ano passado.

Ao mesmo tempo, os especialistas são unânimes em afirmar que a redução dos limites de velocidade ajuda a diminuir a gravidade dos acidentes e atropelamentos.

“Com mais radares e queda da velocidade, as pessoas vão mudando o comportamento. Neste ano, vamos ver um reflexo positivo disso, e talvez até o número de multas caia, porque as infrações deverão diminuir”, diz Figueira.

A CET informou que o número de acidentes e atropelamentos no eixo leste/oeste – que abrange a Radial Leste, o Minhocão e a Avenida Francisco Matarazzo – caiu 14% entre abril e novembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A velocidade ali foi padronizada em 60 km/h.

Fonte: Estadão

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