terça-feira, 13 de março de 2012

ESPECIALISTA APROVA A EXTENSÃO DO IOF

O Ministério da Fazenda anunciou nesta segunda-feira (12), em decreto publicado no Diário Oficial da União, a medida que eleva de três para cinco anos a cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas movimentações de câmbio feitas a partir desta segunda (12), para ingresso de capitais no Brasil. A ação, segundo o Ministério, pretende para reduzir o fluxo de recursos externos especulativos que adentram o país e, pela maior quantidade de dólares no mercado nacional, ocasionam um aumento da divisa americana.

Segundo o professor de economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/RJ) Roberto Simonard, o governo, com essa atitude, quer conter a valorização do dólar e resguardar a indústria nacional da competição direta com os produtos internacionais, que se tornam atrativos com a valorização da taxa de câmbio brasileira.

"O governo está tentando calibrar esta questão. A taxa de juros brasileira, apesar de estar em movimento de queda, ainda é muito alta. É um grande negócio pegar um empréstimo no exterior e especular esse capital aqui. Com isso, há um aumento no fluxo de dólares no Brasil", disse Simonard. 

O professor vê com bons olhos a atitude do governo, mas aponta que a indústria nacional precisa ter condições de competir em igualdade com os produtos internacionais. Ele citou a baixa qualificação da mão-de-obra, a exacerbada carga tributária e os problemas de infraestrutura como fatores que também travam a capacidade produtiva brasileira e, por consequência, tornam-na menos competitiva no mercado.

"Historicamente, a indústria nacional sempre foi protegida pela taxa de câmbio. O produto internacional ficava caro. Mas, nos últimos anos, a taxa de câmbio teve um viés de baixa, fazendo com que a indústria nacional não tivesse condição de competir", considerou.

O economista acredita que o governo está tentando ajustar essa a incidência do IOF, ressaltando que no dia 1º de março o governo já havia alterado de dois para três anos a cobrança do imposto. 

"Parece que (essa medida) é paliativa, embora seja positiva. A indústria tem problemas além da infraestrutura frágil, como a carga tributária e a baixa qualificação da mão-de-obra", afirmou.

Simonard lembra ainda que o resultado do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2011 ficou aquém do esperado, e analisa que isso se deve, em parte, aos problemas enfrentados pela indústria nacional. 

"O PIB baixo de 2011, em parte, pode ser explicado pelo mal desempenho da industria", finalizou.

Fonte: Agência Brasil

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