sábado, 12 de março de 2011

KASSAB TENTA SALVAR-SE ANTES QUE O BARCO DO DEM AFUNDE

A partir da próxima semana, a política nacional começará a viver uma das maiores movimentações partidárias das últimas décadas. O marco será a convenção do DEM, na terça-feira, 15, e o provável anúncio de criação do novo partido que abrigará o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e correligionários.

Os advogados Alberto Rollo e João Fernando Lopes de Carvalho, responsáveis pela elaboração do estatuto da sigla, batizada de Partido Democrático Brasileiro (PDB), afirmam que, do ponto de vista jurídico, está tudo pronto para o lançamento do PDB. Apesar de ter nascido da insatisfação do grupo de Kassab no DEM, os advogados informam que mais de três mil políticos de diversas correntes já demonstraram interesse em compor a nova legenda. "O PDB deve entrar para a história política como uma espécie de terceira via", diz Rollo.

Até que a nova sigla seja formalizada pelo TSE, o prefeito deve continuar nos quadros do DEM. De acordo com os advogados, para que o PDB esteja apto a disputar as eleições municipais de 2012, é preciso estar efetivamente criado até outubro deste ano. A legislação eleitoral obriga os partidos e políticos a estar em situação regular um ano antes da data do pleito.

O estatuto do novo partido já está pronto, faltando apenas preencher o campo com o nome da sigla. A ficha para recolhimento das assinaturas também já foi aprovada, restando só o manifesto e o programa partidário, que vem sendo produzido pela equipe política do prefeito. Os advogados aguardam apenas o aval do prefeito, que está retornando de uma viagem à França, para o início dos trâmites legais.

Durante o trâmite de registro da nova sigla, os advogados afirmam que Kassab não precisa deixar o DEM. O prefeito e os fundadores da legenda podem seguir em seus respectivos partidos, até que o TSE oficialize o PDB. "Ele (Kassab) permanece ainda com a filiação partidária do DEM, mas imagino que ele vá deixar os cargos que ele tem hoje no DEM", comentou João Fernando.

Entre os "notáveis" que deverão integrar a nova sigla estão os governadores Raimundo Colombo (DEM-SC) e Omar Aziz (PMN-AM), além do vice-governador de São Paulo Guilherme Afif Domingos (DEM), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e seu filho, o deputado Irajá Abreu (DEM-TO). "Não é só do DEM, tem gente de outros partidos", lembrou Rollo. "É um partido que tem recebido muitas consultas, telefonemas que sequer puderam ser respondidos pelo prefeito. Esse partido não é só do Kassab, ele está surgindo de várias lideranças do País", emendou João Fernando.

Gilberto Kassab, que vem supervisionando diretamente a criação da nova legenda, já dá sinais aos advogados de que não pretende criar um partido para incorporá-lo a outro futuramente, mesmo tendo nos bastidores o assédio do PSB e do PMDB, além da atuação direta do presidente pessebista Eduardo Campos no "alistamento" de potenciais "pedebistas". Kassab foi convencido pelos seus advogados de que coligar é mais vantajoso politicamente do que promover a fusão, seja a médio ou a longo prazo. "Diante da coligação você não precisa fundir e sacrificar o ideário do novo partido, não precisa ser incorporado e ainda tem a flexibilidade de poder coligar em diferentes lugares, com diferentes aliados", explicou Rollo.

Fonte: Estadão

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