terça-feira, 17 de maio de 2011

CHACINA NO MÉXICO: CAMPONÊS AFIRMOU TER VISTO PILHA DE CABEÇAS HUMANAS

Um camponês guatemalteco relatou nesta segunda-feira como sobreviveu a uma das maiores chacinas da história recente do país, atribuída a cartéis de drogas mexicanos.

“Me fingi de morto quando me esfaquearam no estômago. Daí me escondi e, quando saí, me deparei com uma pilha de cabeças humanas”, disse o homem, à agência France Presse. “Graças a Deus ainda estou vivo.”

No último domingo, a polícia da Guatemala encontrou ao menos 27 corpos, muitos deles decapitados, em um rancho no norte do país, região que faz fronteira com o México.

Os motivos do crime ainda não estão claros, mas as suspeitas recaem sobre o cartel mexicano dos Zetas, num momento em que narcotraficantes do México estão cada vez mais atuantes nas áreas rurais do norte da Guatemala.

O sobrevivente do massacre, que deu seu testemunho a agências de notícias sob condição de anonimato e sob proteção policial, disse que um grupo de homens armados chegou ao rancho, na província de Petén, no sábado, exigindo ver o dono do local.

Quando ele e os demais trabalhadores se recusaram a cooperar, os homens armados amarraram suas mãos e começaram a golpeá-los com machadadas.

Segundo autoridades ouvidas pela agência Associated Press, as vítimas eram camponesas sem nenhuma ligação aparente com o tráfico. Duas mulheres e duas crianças estão entre os mortos.

Suspeitas

A polícia investiga se as mortes podem ter relação com disputa de território entre gangues mexicanas e busca, agora, o dono do rancho, que está desaparecido.

Outra suspeita é de que a chacina tenha relação com o assassinato de Haroldo Waldemar Leon, irmão de um suposto traficante guatemalteco. Ele foi morto na mesma região, no próprio sábado.

Nesta segunda-feira, o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, disse que os assassinatos são “uma barbaridade”.

Mas a violência continuou em Petén: nas proximidades do rancho que foi cenário do massacre, ao menos três granadas foram detonadas, deixando um policial ferido nesta segunda-feira.

Petén é um território cada vez mais cobiçado pelos traficantes mexicanos por ser uma importante rota de drogas entre a América Latina e os EUA.

O cartel dos Zetas, principal suspeito da chacina, também é acusado por dois massacres recentes no Estado mexicano de Tamaulipas, onde 183 corpos foram encontrados em valas comuns no mês passado e onde 72 imigrantes foram assassinados em agosto de 2010.

Autoridades guatemaltecas dizem que os Zetas têm mudado muitas de suas operações do México à Guatemala à medida que o presidente mexicano, Felipe Calderón, intensificou a guerra ao narcotráfico em seu país.

Fonte: BBC Brasil

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